Volatilidade de preços cria incertezas no mercado de açúcar e etanol

A queda na cotação do petróleo, observada mais recentemente, elevou as incertezas quanto ao cenário de produção de açúcar e etanol para a próxima safra. Isso ocorre porque o preço do etanol vinha subindo após o anúncio da Petrobras em reajustar o preço da gasolina, o que leva o produtor a priorizar um mix menos açucareiro e aumentar a produção do biocombustível.

Além da cotação do petróleo, há projetos de lei em andamento que visam reduzir os impactos externos nos preços dos combustíveis no país. Por exemplo, há o PL 1472/20 que cria um fundo de estabilização nos preços dos combustíveis e o PLP 11/2020 com o propósito de reduzir a carga tributária.

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Ainda não são claros os impactos dessas medidas no preço dos combustíveis. A expectativa é de uma redução no curto prazo. De toda forma, na ótica do produtor, fica mais difícil planejar o mix da próxima safra com um cenário incerto de preços.

Demanda por etanol hidratado tende a crescer

O cenário mais concreto para o produtor é a demanda crescente por etanol hidratado, tendo vista a competitividade do biocombustível na bomba frente à gasolina.

Cabe ressaltar que, dada a proximidade de preços entre etanol e açúcar, a maior liquidez de vendas do etanol frente ao açúcar pode estimular os produtores a aumentarem a produção do biocombustível. Portanto, mesmo diante do risco de uma menor safra de cana por causa de fatores climáticos, a oferta de etanol também deverá crescer.

Já com relação ao preço do açúcar, o preço do etanol pode estabelecer um “piso” a esse preço, enquanto o valor da paridade de exportação de açúcar pela Índia, que é segundo maior produtor do mundo, coloca um “teto” nas cotações da commodity. Isso significa que a margem de oscilação de preços para o açúcar deverá ser menor.