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Petróleo cai 8,7% em agosto para o nível mais baixo desde o início da guerra

Barril do Brent, o referência mundial, passou a ser negociado a US$ 94,92; na sexta-feira, 5, porém, a commodity subiu 0,85%

Petróleo

O que levou o petróleo a patamares abaixo de US$ 100 foi a perspectiva de uma recessão mundial, com Estados Unidos e China no radar dos investidores, e impactou a demanda | Foto: Getty Images

O petróleo iniciou agosto em trajetória de queda, retornando aos níveis pré-guerra da Ucrânia. Na primeira semana do mês, o barril do Brent, o referência mundial, recuou 8,7%, sendo negociado a US$ 94,92. Na sexta-feira, 5, porém, a commodity subiu levemente 0,85%.

O que levou o petróleo a patamares abaixo de US$ 100 foi a perspectiva de uma recessão mundial, com Estados Unidos e China no radar dos investidores, o que impactou a demanda, segundo Marcelo de Assis, da Wood Mackenzie.

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“Fluxos de petróleo estavam em movimento, agora estão mais normalizado, com a produção russa sendo enviada para a China e Índia e Arábia e Brasil embarcando volume para a Europa e Estados Unidos. Então isso já foi tirado da equação, a oferta não impacta o preço”, disse Assis.

Agora, ressaltou o analista, a economia mundial está sendo pressionada pelo desempenho econômico ruim dos Estados Unidos, que entrou em recessão técnica com a segunda queda trimestral do Produto Interno Bruto (PIB), e pela política covid zero na China, que também afeta o crescimento do país “isso tira a pressão da demanda”.

“Há uma perspectiva de redução de demanda este ano, em função da possível recessão mundial. Pelo lado da oferta está organizado em grande parte com os produtores produzindo dentro das suas cotas”, disse. “O que vai orientar o comportamento do preço do petróleo, a partir de agora, é o consumo.”

Na última quarta-feira, 3, o Comitê de Monitoramento Ministerial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+) recomendou aumentar as cotas de produção de petróleo em setembro em 100 mil barris por dia (bpd), embora antes de sua reunião a principal opção fosse manter as cotas nos níveis de agosto.

O aumento significará que a aliança, que inclui a Rússia, aumentará a produção em 748 mil bpd a partir do próximo mês.

Para Assis, o barril do petróleo deve fechar o ano em torno de US$ 100, mas ainda com grande volatilidade. “O fator geopolítico, com tensão maior entre Estados Unidos e China, além da guerra, pode exercer uma pressão maior sobre o preço e fazer o preço disparar. Mas, atualmente não há motivos para a cotação ficar muito acima ou abaixo deste patamar”, acrescentou.

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