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Nike e NFL apostam no futebol americano feminino

Organizações investem US$ 5 milhões para impulsionar entre as meninas o flag football, versão com menos impacto da modalidade

Um milhão a mais de meninos praticam esporte nas escolas dos EUA do que meninas por conta da modalidade | Foto: Divulgação/Tampa Bay Buccaneers

Modalidade tradicionalmente praticada por homens, o futebol americano está ganhando uma nova perspectiva para as mulheres nos Estados Unidos.

A NFL, liga nacional de futebol americano, e a Nike estão investindo em equipes juvenis femininas de flag football (futebol de bandeira, do inglês).

Essa vertente do futebol americano reduz expressivamente o contato que existe no jogo tradicional, uma vez que para parar o adversário que está com a bola basta arrancar uma das fitas grudadas à sua cintura.

O flag football é muito praticado por meninos e jovens e tem conquistado o público feminino nos EUA.

De acordo com o The Wall Street Journal, além de fomentar a igualdade na prática da modalidade, a NFL e a Nike querem compensar uma queda na audiência e engajamento geral do público americano.

Segundo a reportagem, a NFL sofreu com uma perda de 7% de audiência de televisão na última temporada regular, que terminou no último domingo, 7, com a vitória do Tampa Bay Buccaneers, de Tom Brady, no Super Bowl.

A grande final, aliás, teve a menor audiência de TV desde 2007, segundo o Wall Street Journal.

Apoio ao futebol americano feminino

No último ano, a NFL e a Nike passaram a investir em duas potências do futebol americano feminino do ensino médio dos EUA: Alonso High School e Robinson High School.

Ambos os colégios ficam em Tampa, na Flórida, onde aconteceu o último Super Bowl.

A liga e a companhia de material esportivo enviaram grandes remessas de equipamentos aos times femininos das duas escolas. Juntas, as equipes têm sete títulos estaduais de flag football.

Meninas dos EUA praticando futebol americano feminino, na modalidade flag football
Segundo NFL e Nike, um milhão a mais de meninos praticam esporte nas escolas dos EUA do que meninas por conta da modalidade | Foto: Divulgação/Tampa Bay Buccaneers

Os elencos de Alonso Robinson, aliás, são os rostos de uma nova campanha comercial da Nike (vídeo em destaque no topo da página), lançada na última semana.

Na peça publicitária, as organizações afirmam que um milhão a mais de meninos praticam esporte do que as meninas nos EUA durante o período escolar, justamente por conta do futebol americano.

Ao final do comercial, NFL e Nike dizem investir US$ 5 milhões (quase R$ 27 milhões) para levar o flag football feminino a todas as escolas de ensino médio do país.

Saúde x interesse na modalidade

O principal motivo para uma redução significativa do interesse da população americana na modalidade mais tradicional do país é a saúde.

De acordo com a federação que representa as escolas de ensino médio dos EUA, a crescente preocupação com concussões (lesões na cabeça) causou a perda de interesse de 100 mil jovens atletas no futebol americano entre 2009 e 2019.

Ainda segundo a entidade, isso representa uma redução de 9% no número de jogadores que poderiam ser revelados, caso não existisse essa questão.

Por isso, investir no futebol americano feminino pode trazer novo fôlego à audiência da NFL e, mais importante, promover a inclusão das mulheres em uma modalidade estigmatizada como “violenta” para elas.

“Provavelmente praticar o esporte aumentou meu interesse em assistir (futebol), porque sei quais são todas as posições e sei o que está acontecendo”, disse Katie Kemp, da Robinson High School, ao Wall Street Journal.

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