Inteligência Artificial: como investir com eficiência em um setor volátil e rentável
Estratégia com composição de investimentos diversifica portfólio, protege o capital investido e viabiliza ganhos na alta
18/04/2024Acompanhar as tendências da inteligência artificial (IA), suas projeções e os próximos passos de um mercado que busca disrupção é um desafio e tanto. Para investidores, não é diferente. Atentar-se à diversificação de carteiras e à volatilidade característica do setor permite buscar bons resultados em um dos segmentos mais promissores em termos de rentabilidade atualmente. Para isso, uma estratégia que agrega produtos de investimentos no setor pode ser a saída.
Apesar de o tema ser relativamente novo, já houve diferentes ondas de investimentos em IA. No início, foram mais concentrados em produtores de semicondutores, como a NVIDIA, dada a complexidade exigida para desenvolver sistemas. Com o aumento da adoção da inteligência artificial, a demanda por produtos e soluções que viabilizam a inovação está em alta. A leva mais recente de investimentos já considera mais infraestrutura digital, com empresas de hardwares, storage e data centers.
“Concentrar-se apenas em algumas empresas pode aumentar o risco da carteira”, avalia Jerckns Cruz, da Tesouraria do Banco Safra. “Diversificar em várias empresas e subsetores pode ajudar a mitigar riscos. O equilíbrio entre diversificação, proteção e concentração é crucial”.
Há ainda outros subsetores dentro dessa indústria que são considerados fundamentais para o seu desenvolvimento. É o caso de produtores de softwares e equipamentos de comunicação, que possibilitam a inovação da IA e de todo o ciclo tecnológico envolvido.
Novo fundo multimercado diversifica em IA
Há alternativas para acessar a rentabilidade vinculada a algumas das principais empresas do setor em um único investimento. Um dos exemplos é o novo Fundo Safra Inteligência Artificial, do Banco Safra, que conta com um processo de análise que seleciona e investe em empresas e índices ligados ao universo inteligência artificial, diversificando aplicações em BDRs, ETFs e ações.
Bruno Bonini, superintendente de Distribuição da Safra Asset, destaca que a estratégia do novo fundo multimercado considera a complexidade do mercado. “No desenho do Safra Inteligência Artificial, contemplamos toda a complexidade de produtos, serviços e entregas que envolvem este universo que evolui rapidamente. Assim, podemos diversificar e identificar as melhores oportunidades”.
Na prática, o fundo multimercado pode investir paralelamente em toda a cadeia de produção da indústria. É possível investir em empresas que produzem semicondutores e GPUs, como a NVIDIA, e provedores de softwares e hardwares, de companhias como Dell, Oracle e Apple. Provedores de storage e data center, como a Juniper Neworks, e de equipamentos de comunicação, como a Arista Networks, também fazem parte das possibilidades.
Volatilidade: capital protegido é fator de segurança
Por ser um mercado que ganhou tração há pouco tempo, os riscos que envolvem investir em inteligência artificial devem ser olhados com cautela. A regulamentação do mercado, por exemplo, ainda é incipiente na maioria dos países e mudanças regulatórias podem afetar o potencial de negócios e valor das empresas do setor.
“Avaliar empresas de inteligência artificial requer um entendimento profundo de tecnologias específicas, modelos de negócios e potencial de crescimento”, observa Jerckns Cruz. Para o especialista, a proteção do capital investido é uma defesa importante contra os riscos envolvidos e amplia o leque de possibilidades de rentabilidade em um portfólio completo.
É o caso de outra estratégia recente do Banco Safra, o COE J. Safra Inteligência Artificial, parte da família J Safra Global Solutions. Com este produto, um desempenho negativo da cesta no período acaba retornando o capital investido pelo cliente. No caso de valorização, o investidor recebe os ganhos de cada ativo com pesos otimizados no vencimento” explica Cruz. O vencimento da estratégia se dá em 60 meses.
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A estratégia do produto é global envolve cinco ativos. Três são empresas: TSMC (TSM US Equity), multinacional taiwanesa avaliada como a maior fabricante de semicondutores do mundo; Microsoft (MSFT US Equity), uma das empresas mais relevantes em tecnologia no cenário mundial que agora investe em IA; e Samsung (005930 KS Equity), multinacional sul-coreana é globalmente reconhecida por seus avanços em tecnologia e eletrônicos.
Outros dois índices, Topix (TPX Index) e Nasdaq-100 (NDX), compõe o desenho do produto. O primeiro é da Bolsa de Valores de Tokyo e mede a performance das maiores empresas listadas no Japão – das quais muitas estão investindo pesadamente em IA – e o NDX inclui 100 das maiores empresas não-financeiras listadas na Nasdaq, com setores que se beneficiam do avanço da Inteligência Artificial como tecnologia, saúde, bens de consumo e serviços.
Compra direta de ações e ETFs também são possibilidades
Há outros caminhos para investir em empresas que fomentam inteligência artificial. Uma das possibilidades é comprar ações de empresas que tem capital aberto. Para isso, é necessário ter conta em corretora no exterior e acompanhar o mercado em tempo real para identificar oportunidades.
Acompanhar índices que acompanham essas tendências, como o Nasdaq 100, composto por 100 companhias não financeiras, é uma alternativa. A Nasdaq é uma bolsa de valores especializada em tecnologia e o investidor que aplicou no índice teve 156% de rendimento desde junho de 2018. Investimentos em ETFs são alternativas.
O AI Global X ETF rendeu 128% no mesmo período e é composto por 84 companhias com foco em hardwares e big data. Já o AI & Robotics Blackrock ETF tem 109 empresas de mercados emergentes que atuem em robótica e inteligência artificial e rendeu 51% no período.