Davos 2024 debate potencial e impacto da inteligência artificial na economia

A inteligência artificial (IA) generativa é um dos grandes temas globais atualmente e será um dos tópicos discutidos no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, de 16 e 20 de janeiro.. O encontro debate os pontos mais relevantes da economia global e o potencial impacto da IA no PIB Global.

Para o Goldman Sachs, a IA pode aumentar o PIB global em 7% nos próximos dez anos, por meio da geração de eficiência e processos simplificados em negócios, além de fomentar novas tecnologias.

A evolução da chamada Quarta Evolução Industrial é um dos destaques da pauta do fórum, assim como os esforços público-privados necessários para ampliar o impacto positivo da tecnologia.

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No mercado financeiro, IA gera mais eficiência se conectada a curadoria

Yesica Aveldaño, da consultoria global MJV, foi entrevistada pelo programa Papo de Especialista, do Banco Safra. Para a especialista, há algumas áreas identificadas com grandes potenciais de ganhos com análises de IA, como prevenção a fraudes, análise de crédito e URAs e Chatbots. Contudo, a chave é sempre aliar a curadoria humana ao uso eficiente dessas novas tecnologias.

Assessores de investimentos, por exemplo, podem potencializar as suas recomendações com um direcionador de inteligência artificial. “A IA analisa tendências e pode trazer investimentos com probabilidade estatística de dar mais certo. É uma ferramenta auxiliadora, não tomando decisão, pois ainda é muito arriscado. Há necessidade de curadoria da informação e a IA não consegue pegar sentimentos por enquanto – o passo da consciência ainda demora”.

Yesica Aveldaño também citou outros dois exemplos em que a IA caminha junto da inteligência humana: os robôs operando em compra e venda de ações eletrônicas, mas ainda sempre guiados e programados por humanos; e casos de emergências financeiras, como furtos, quando o atendimento de uma URA, sem presença humana, pode não ser suficientemente ágil.

Marna Ricker, Vice-Presidente Global de Tributos da Ernst & Young, participou de um podcast da Radio Davos e adicionou a redução de controvérsias fiscais como mais um ganho potencial de uso da IA.

Para o executivo, novas tecnologias oferecem formas de repensar a forma como gerimos a controvérsia fiscal, simplificando o processo para todos e já há sinais de que um ciclo virtuoso está se iniciando, com vantagens generalizadas e poucas desvantagens.

Davos 2024: cuidados com Inteligência Artificial

O raro cenário de uma tecnologia disponível para milhões de pessoas de forma muito acelerada foi abordado por Sara Hooker, vice-presidente de pesquisa da Cohere, multinacional canadense de tecnologia focada em inteligência artificial para empresas, em entrevista à Rádio Davos.

“Quando isso acontece, você sente a empolgação de como ela está sendo usada de maneiras benéficas e inesperadas, mas também a fragilidade da tecnologia que é usada em todos os lugares ao mesmo tempo.”

Para Sabastian Niles, presidente e diretor jurídico da Salesforce, a importância da colaboração para que as novas ferramentas não representem ameaças é fundamental. “A oportunidade de transformação que a IA traz para toda a sociedade, governos, empresas e comunidades só pode ser alcançada se tivermos uma forte colaboração entre os setores público e privado”.

“Precisamos de legislação e políticas públicas sólidas para apoiar e proteger o desenvolvimento destes tipos de tecnologias promovendo a inovação responsável”, complementou o executivo.

A especialista Yesica Aveldaño ressalta que ainda não existe regulamentação para a tecnologia de inteligência artificial em nenhum país do mundo, mas ela espera um andamento em breve sobre o assunto. Há discussões na União Europeia e, no Brasil, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) discute o tema desde 2023 com a PL 2338/23, atualmente em tramitação no Senado Federal do Brasil.

Fórum de Davos: 54ª edição começa em janeiro

Com 50 anos de história, o Fórum Econômico Mundial reúne os mais importantes líderes empresariais, governamentais e da sociedade para considerar as principais questões globais e debater soluções para enfrentar esses desafios.

O encontro deste ano terá o mote “Reconstruindo a confiança” e passará pelos princípios fundamentais que impulsionam a confiança, incluindo transparência, consistência e responsabilização com representantes de diversos governos – incluindo o Brasil -, organizações internacionais, CEO e líderes da sociedade civil.

São mais de 2,5 mil chefes de estado e de governo e, além da inteligência artificial, os tópicos centrais incluem a busca da paz mundial, caminhos para o crescimento da economia e dos empregos e a transição energética.

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