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Brasil adere a acordo de redução de metano

Meta é coletiva e depende de cada país informar qual será a sua participação, mas o Brasil não tem a intenção de fixar nova previsão para o poluente

gas metano em chaminé

Acordo para redução de gás metano faz parte do esforço para tentar conter o aquecimento global | Foto: Getty Images

Mais de cem países assinaram um compromisso global que prevê reduzir as emissões de metano em 30% até 2030, em comparação com os níveis do ano passado.

O pacto teve a adesão do Brasil, um dos cinco principais emissores de metano do planeta, após forte pressão dos Estados Unidos para a entrada no grupo.

O anúncio foi feito em Glasgow nesta terça-feira, 2, na Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-26). Mas três dos maiores emissores de metano – China, Rússia e Índia – ficaram fora da lista.

Embora desapareça mais rápido da atmosfera que o gás carbônico, o metano tem um potencial de aquecimento cerca de 80 vezes maior. Por isso, reduzir a liberação desse poluente é considerada uma estratégia para acelerar o combate às mudanças climáticas. Depois do gás carbônico, o metano é o segundo maior poluente do planeta.

Acordo para redução das emissões de metano pode afetar agropecuária

“Juntos, estamos nos comprometendo coletivamente a reduzir o metano em 30%. E penso que podemos ir além”, disse o presidente americano, Joe Biden. Após quatro anos em que a Casa Branca esteve ocupada pelo negacionista Donald Trump, o sucessor tem feito esforços para dar protagonismo aos Estados Unidos na luta contra a crise climática.

A meta, porém, é coletiva, e não há especificações para os países – a não ser que eles anunciem planos próprios. Os Estados Unidos, por exemplo, tem uma previsão nacional de corte de 30%. O Brasil não tem a intenção de criar uma nova previsão em relação a esse poluente, segundo jornalistas que acompanham os debates na COP-26.

A meta apresentada pelo governo brasileiro para reduzir emissões é calculada em “gás carbônico equivalente”. Isso inclui todos os Gases de Efeito Estufa (GEE), como dióxido de carbono, ozônio, vapor de água, ozônio, óxido nitroso, clorofluorcarbonos e o próprio metano.

Uma das preocupações do Brasil em se comprometer com o metano é por causa da atividade agropecuária, de grande importância econômica para o País. No mundo, quase um terço (27%) das emissões provenientes da atividade humana está ligada à criação de animais

Nas pré-negociações de Glasgow, o Brasil tem dito que, se houver metas específicas para metano, também será importante ter para o dióxido de carbono, a pedra no sapato dos países desenvolvidos, já que é emitido em maior quantidade por causa do uso de combustíveis fósseis.

A Argentina, signatária do pacto, enfatizou “o princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas” entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. “O aporte da nossa agroindústria para a segurança alimentar mundial não deve ser excluído das negociações climáticas para não gerar novas formas de protecionismo”, defendeu o presidente Alberto Fernández.

Segundo o anúncio, as nações que aderiram ao plano representam 70% das emissões de metano no planeta. Por outro lado, as ausências de China, Rússia e Índia expõem as dificuldades de chegar a acordos mais ambiciosos nesta COP.

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