Hapvida: esclarecendo a investigação em andamento: uma análise de sensibilidade
Uma reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo em 18 de janeiro trouxe à tona litígios envolvendo a Hapvida devido a ordens judiciais que a empresa supostamente não está cumprindo. Essas ações envolvem beneficiários cujos tratamentos foram negados por questões contratuais (por exemplo, doenças preexistentes, período de carência, etc.) e que estão buscando medidas legais para forçar a Hapvida a prestar o atendimento necessário.
Como os tribunais são frequentemente favoráveis aos beneficiários quando se trata de assistência médica, os juízes emitiram várias liminares nos últimos oito meses ordenando que a Hapvida forneça o tratamento solicitado (alguns deles envolvendo tratamento de câncer e outras doenças críticas).
Avaliação do Banco Safra sobre o caso Hapvida
O mercado reagiu de forma bastante negativa e a ação caiu 7% no pregão de quinta-feira (18) (-R$ 2,2 bilhões em valor de mercado), embora o preço tenha permanecido inalterado na última sexta-feira (19). A impressão inicial dos especialistas do Banco Safra é que:
- (i) a publicidade negativa é uma má notícia para a Hapvida, mas é difícil de quantificar e potencialmente não é material, como sugere nossa análise de sensibilidade;
- (ii) é improvável um impacto estrutural material na sinistralidade devido a uma possível necessidade de alterar os procedimentos, conforme sugerido por nossa análise de sensibilidade abaixo; e
- (iii) uma possível penalidade financeira imposta à empresa como resultado das investigações em andamento não parece representar um risco material quando comparada ao valor de mercado da empresa, mas poderia deteriorar a alavancagem e os requisitos de capital regulatório. Em suma, vemos mais um impacto qualitativo na tese do que um risco financeiro relevante, o que poderia tornar a recente queda de 7% no preço das ações nos últimos dois dias uma oportunidade de compra interessante. Entretanto, acreditamos que esses eventos podem continuar a trazer volatilidade para as ações.
Posicionamento oficial da Hapvida: A empresa emitiu um comunicado oficial reafirmando seu respeito às decisões judiciais e o compromisso com o cumprimento das normas regulatórias.
O Hapvida negou qualquer descumprimento intencional de decisões judiciais e afirmou que busca a melhor solução para cada paciente, de acordo com suas necessidades específicas, e que exerce seu direito de defesa dentro dos limites da lei.
A empresa também destacou o volume substancial de serviços de saúde prestados e que o setor tem sido alvo de crescentes litígios envolvendo procedimentos não cobertos por acordos contratuais.
Também disse que, em relação aos pacientes específicos mencionados no artigo, seus casos estão “sendo resolvidos”. Com relação à investigação, disse que está “realizando uma due diligence nos processos judiciais para fornecer os esclarecimentos necessários”.