O banco Itaú apresentou fortes resultados no quarto trimestre, com um EBT 2% superior, juntamente com:
- (i) anúncio do guidance para 2024, implicando em R$40bn no ponto médio;
- (ii) anúncio de R$11bn em dividendos extraordinários (3,4% yield); e
- (iii) programa de recompra de 75mn de ações preferenciais (ITUB4) (1,5% yield).
O banco melhorou seu desempenho na qualidade dos ativos de varejo, especialmente com uma redução de R$2 bilhões (5% t/t) em empréstimos renegociados, entregando uma execução sólida ao longo de um 2023 desafiador.
O guidance para 2024, na avaliação do Banco Safra, reafirma o forte poder de resultados do banco. De modo geral, o Safra mantém a posição positiva em relação ao Itaú Unibanco, que permanece inalterado como a principal escolha entre os bancos.
Guidance do Itaú para 2024
O guidance para 2024 sugere que o bom momento de lucros do Itaú deve continuar. Considerando o ponto médio do guidance, o Safra estima o lucro líquido de 2024 em R$ 40 bilhões, ligeiramente abaixo da estimativa atual de R$ 40,5 bilhões (ou estritamente em linha com o número se excluída a venda das operações argentinas para o Banco Macro).
As faixas de guidance são as seguintes:
- (i) crescimento de 6,5% a 9,5% em sua carteira de crédito;
- (ii) crescimento de 4,5% a 7,5% em NII com clientes;
- (iii) de R$3,0 bilhões a R$5,0 bilhões em NII com o mercado;
- (iv) de R$33,5 bilhões a 36,5 bilhões em despesas de provisão;
- (v) crescimento de 5% a 8% em taxas e resultados de seguros,
- (vi) aumento de 4% a 7% em despesas, e
- (vii) alíquota efetiva de imposto entre 29,5% e 31,5%.
Distribuição de dividendos finalmente anunciada
O Itaú também anunciou o pagamento de R$11 bilhões em dividendos (3,4% de yield) e um programa de recompra de ações de até 75 milhões de ações (1,5% de yield), que juntos representam um yield de ~5%.
Principais destaques do balanço do itaú
O Itaú reportou lucro líquido gerencial de R$9,401 bilhões (ROE 21,2%), +4,0% t/t. O NII aumentou 3,3% t/t (+8,6% a/a), com o NII de mercado aumentando 17,5% t/t devido a maiores contribuições da mesa de operações brasileira e da operação chilena, enquanto o NII de clientes aumentou 2,9% t/t, devido a volumes, mix e spreads.
As provisões líquidas diminuíram 1,2% t/t para R$9,150 bilhões (4,0% do custo líquido de risco, vs. 4,1% no 4T22), devido a menores descontos concedidos no segmento de varejo e maior recuperação de baixas.
As comissões e taxas aumentaram 4,7% t/t devido à sazonalidade, superando as estimativas do Safra em 2,2%.
O resultado de seguros aumentou 4,1% t/t, atingindo R$2,281 bilhões, principalmente devido ao crescimento dos prêmios (prêmios ganhos e receita de títulos de poupança).
As despesas operacionais aumentou 4,1% t/t (em linha conosco), impulsionado por despesas administrativas mais fortes (+9,9% t/t), levando o índice de eficiência a 44,1% (45,0% no 4T22).
Balanço patrimonial e qualidade dos ativos
A carteira de crédito do Itaú no Brasil cresceu +1,1% t/t (+3,1% a/a), com crescimentos de +1,7% t/t na carteira de pessoas físicas e +1,0% t/t na carteira de pessoas jurídicas.
Em relação à qualidade de crédito, continuamos a ver bons números, já que o NPL de 90 dias diminuiu 20bps t/t (para 2,8%, o menor nível em mais de um ano), impactado principalmente pelo segmento de pessoas físicas no Brasil (que atingiu 4,4% no trimestre).
Observamos que o NPL mais curto (15 a 90 dias) permaneceu estável na operação brasileira, sugerindo uma menor deterioração no futuro.
O índice de cobertura do Itaú ficou em 216% (vs. 209% no último trimestre). Vale ressaltar que o volume de crédito renegociado foi de R$39,0 bilhões, uma queda de 5% t/t, após uma redução nas carteiras de pessoas físicas e jurídicas.
Finalmente, a posição de capital do Itaú permaneceu forte, com um índice CET1 agora em 13,7%, +60bps t/t.