A Telefonica Brasil apresentou resultados mistos no primeiro trimestre de 2024. A empresa continuou a mostrar uma tendência muito positiva no setor móvel, com crescimento tanto em termos de volumes como de preços, e tendências positivas também na fibra.
Por outro lado, a margem EBITDA foi pressionada por outras despesas, G&A e provisões, ficando assim abaixo da nossa estimativa (-40bps), e os resultados financeiros também pesaram no lucro, que não atingiu nossas estimativas e consenso.
O negócio móvel continua a impulsionar o crescimento das receitas. As receitas de serviço móvel cresceram 9,3% face ao ano anterior, atingindo R$8,7 mil milhões, em linha com a nossa estimativa.
O pós-pago continua a ser o principal impulsionador, com as receitas a crescerem 11,4% face ao ano anterior, impulsionadas tanto pela migração do pré-pago como pelas adições líquidas à base de clientes (+6,6% face ao ano anterior), pelo aumento de preços (o ARPU ex M2M cresceu 6,8%), e pelo churn ainda baixo (estável em 0,97%).
Por outro lado, as receitas de pré-pago permanecem estáveis em relação ao ano anterior, principalmente devido à diminuição da base em 6%, mas com um crescimento positivo do ARPU no trimestre (+6% ano-a-ano).
Fixo: FTTH continua forte, mas as receitas de dados corporativos & TI e outras receitas fixas pesaram nos resultados. As receitas totais de serviço fixo cresceram 1,6% face ao período homólogo, com as receitas de FTTH (negócio de fibra) a destacarem-se pela positiva, com um crescimento de 14,7% face ao período homólogo, enquanto o ARPU atingiu o valor mais elevado dos últimos dois anos, aumentando 2% face ao período homólogo.
A base de clientes também registou um forte crescimento (+12%). A Vivo também expandiu a sua rede FTTH em 600 mil casas passadas (HP) no trimestre, tendo agora uma cobertura de 26,8 milhões de HPs.
Apesar do desempenho positivo da fibra, o crescimento do negócio de Dados & TI desacelerou para 3,5% face ao período homólogo (vs. 10% no trimestre anterior), com as receitas B2B a impulsionarem o crescimento para 13% no 1T24 (vs. 19% no trimestre anterior).
A receita líquida consolidada alcançou R$13,5 bilhões, em linha com nossas estimativas, crescendo 6,5% em relação ao ano anterior, com o EBITDA atingindo R$5,3 bilhões (1,5% abaixo de nossa estimativa e do consenso).
A margem EBITDA ficou em 39,0% (40 pontos-base abaixo da nossa estimativa e 70 pontos-base abaixo do consenso), com pressões vindas do aumento de outras despesas-impactadas por um menor nível de recuperação de impostos e uma redução nas vendas de materiais de rede não utilizados em comparação com o 1T23-assim como maiores despesas com provisão para devedores duvidosos (+13% em relação ao 1T23) e despesas gerais e administrativas (+9,2% em relação ao 1T23).
O lucro líquido totalizou R$896 milhões, ficando 18% abaixo da nossa estimativa e 15% abaixo do consenso, devido ao maior opex e ao menor resultado financeiro no trimestre. Em termos de investimentos, o capex totalizou R$1,7bi, representando 12,3% da receita líquida, 6% abaixo da nossa estimativa, levando o EBTIDA – capex para R$3,6bi (0,8% acima da nossa estimativa).