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Banco Central confirma estouro da meta de inflação e revê PIB para 4,7%

Sem chance de entregar a meta de inflação de no máximo 5,25% em 2021, Banco Central terá de justificar estouro em carta ao ministro Paulo Guedes

mulher em supermercado

Para 2022, a probabilidade de estouro do teto de 5% da meta é de 17%, informou o Banco Central

O Banco Central informou que a probabilidade de a inflação de 2021 ficar acima do teto da meta, de 5,25%, está em 100%, ou seja, não há mais como entregar o objetivo deste ano. Com isso, o presidente do BC, Roberto Campos Neto precisará divulgar uma carta aberta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, explicando o estouro da meta deste ano. Da mesma forma, a probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2021, de 2,25%, é zero.

Para 2022, a probabilidade de estouro do teto de 5% da meta é de 17%. Já a possibilidade de estouro do piso de 2% da meta é de 11%. Para 2023, a probabilidade de estouro do teto de 4,75% da meta é de 13%. Já a possibilidade de estouro do piso de 1,75% da meta é de 15%.

Relatório Trimestral de Inflação atualiza projeções do Banco Central

O Banco Central (BC) atualizou sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 de 4,6% para avanço de 4,7%. A expectativa para o crescimento da economia este ano está no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira.

O Banco Central manteve sua estimativa de inflação para 2021 no cenário de referência, de 8,5% para este ano. O porcentual é o mesmo que constou na ata e no comunicado do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom).

O cenário de referência indica que o IPCA ficará em 3,7% em 2022 e em 3,2% em 2023.

Para 2021, a meta de inflação perseguida pelo BC é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto porcentual (taxa de 2,25% a 5,25%). Para 2022, a meta é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 2,00% a 5,00%). Para 2022, a meta é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 1,75% a 4,75%).

Entre os componentes do PIB para 2021, o BC alterou de 2,5% para 2,0% a projeção para o crescimento da agropecuária. No caso da indústria, a estimativa de recuperação passou de 6,6% para 4,7% e, para o setor de serviços, de 3,8% para 4,7%.

Consumo das famílias deve crescer 0,9%

Do lado da demanda, o BC alterou a estimativa do consumo das famílias de alta de 4,0% para 3,3%. No caso do consumo do governo, o porcentual projetado foi de 0,4% para 0,9%.

O documento de hoje indica ainda que a projeção de 2021 para a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) – indicador que mede o volume de investimento produtivo na economia – foi de 8,1% para 16,0%. Todas as estimativas anteriores constavam do RTI divulgado em junho.

O BC trouxe pela primeira vez as projeções da autoridade monetária para o PIB de 2022, com estimativa de alta de 2,1%. O RTI projeta avanço de 3,0% para a agropecuária, crescimento de 1,2% para a indústria e progresso de 2,5% nos serviços.

Para o próximo ano, o BC espera alta de 2,2% no consumo das famílias e de 2,5% no consumo do governo. Já a Formação Bruta de Capital Fixo deve apresentar queda de 0,5%.

No último relatório Focus, divulgado na segunda-feira passada, os economistas consultados semanalmente pelo BC projetaram alta de 5,04% no PIB de 2021 e de 1,57% no PIB de 2022.

“O hiato do produto em patamar menos negativo, que reduz o espaço para a recuperação cíclica, e o movimento de aperto monetário ora em curso, cujos efeitos ocorrem de maneira defasada, são fatores que contribuem para a desaceleração da taxa de crescimento”, diz o BC, no RTI sobre o PIB de 2022. “Esta previsão ainda apresenta grau elevado de incerteza e está apoiada nas seguintes hipóteses: continuidade do arrefecimento da crise sanitária, diminuição gradual dos níveis de incerteza econômica ao longo do tempo, manutenção do regime fiscal e ausência de restrições diretas ao consumo de eletricidade”, completa. (AE)

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