close

BNDES suspende cobrança de dívidas de empresas

Chamada de "standstill", medida suspensiva sobre empréstimos atinge empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões

sede do bndes no rio

BNDES estima que cerca de 100 mil empresas poderão ser beneficiadas | Foto: AE

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) confirmou nesta quinta-feira, 29, que reeditará a suspensão da cobrança de dívidas com empréstimos de pequenas e microempresas.

A medida suspensiva sobre os empréstimos atinge empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões. O BNDES estima que cerca de 100 mil empresas poderão ser beneficiadas.

Com a suspensão por seis meses, R$ 2,9 bilhões deixarão de ser cobrados, nos cálculos do banco.

Com a piora da pandemia de covid-19 no início deste ano, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, já havia afirmado, em meados do mês passado, que o banco estudava reeditar a suspensão de cobrança de empréstimos – medida conhecida no mercado como “standstill”.

Ano passado, o banco deixou de cobrar R$ 13,6 bilhões de empresas, incluindo as grandes, e R$ 3,9 bilhões de governos.

Prorrogação do prazo dos empréstimos pelo BNDES

Desta vez, a suspensão poderá ser acompanhada da “prorrogação do prazo total de financiamento em até 18 meses, o que não estava previsto na suspensão oferecida no ano passado”, informou o BNDES.

“A suspensão das prestações deverá ser negociada pelo empreendedor diretamente com o agente financeiro que lhe concedeu o financiamento original. Os pedidos já podem ser feitos a partir de hoje”, diz uma nota divulgada pelo banco.

Para as empresas de menor porte, o BNDES não empresta diretamente. As firmas tomam o crédito junto a bancos comerciais, credenciados nas linhas do banco de fomento.

Modalidades fora da medida

O BNDES informou ainda que não poderão ter pagamentos suspensos os empréstimos “tomados na modalidade do Programa Emergencial de Acesso ao Crédito (Peac) ou quaisquer outros que contam com algum fundo garantidor ou subvenção econômica”.

Principal medida do banco para enfrentar a crise da covid-19, o Peac foi desenhado para garantir financiamentos concedidos por todos os bancos do sistema financeiro.

Com aporte de R$ 20 bilhões do Tesouro Nacional no FGI, fundo de aval do BNDES, o Peac garantiu R$ 92,1 bilhões em empréstimos tomados em 2020.

Também ficarão de fora da reedição do “standstill” os financiamentos “tomados para negócios envolvendo comércio exterior ou contratados pela administração pública; e dívidas agrícolas já renegociadas”, diz a nota divulgada pelo BNDES. (AE)

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra