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Cadastro Positivo entra em nova fase e já reduz taxas de empréstimos

Pesquisa do Banco Central e dos birôs de crédito, que transformam dados em pontuação de risco de crédito, apontam redução média de 10,4% nas taxas cobradas

Mãos de pessoa com relógio de pulso prata na esquerda e o cartão de CPF azul na direita inserindo dados no Cadastro Positivo da Serasa Experian

Dados das contas de luz dos brasileiros serão incluídos automaticamente no Cadastro Positivo até o fim de março, juntando-se às informações do sistema financeiro e de telecomunicações | Foto: Agência Brasil

O Cadastro Positivo entra em nova fase, com a inclusão de dados das contas de luz até o fim de março. Há expectativa também da entrada de informações das contas de gás, água e esgoto, além de dados sobre boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) de empresas, ainda em 2022.

Para o Cadastro Positivo, quanto mais informações na base de dados, melhor, de modo a produzir uma análise mais eficaz do risco de crédito, servindo de alternativa à “lista de negativados” e beneficiando bons pagadores com melhores condições em empréstimos.

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Até o final do ano passado, as avaliações praticamente só contavam com dados do sistema financeiro.

Só em setembro, o Cadastro Positivo passou a incluir dados das empresas de telecomunicações.

Mesmo assim, pesquisa do Banco Central (BC) e dos birôs de crédito, que transformam os dados em pontuação de risco de crédito, apontam redução média de 10,4% nas taxas cobradas e melhora das notas, desde que a adesão passou a ser automática, em 2019.

A Associação Nacional de Bureaus de Crédito (ANBC) contabiliza que os inscritos no Cadastro Positivo saíram de 6 milhões, em 2017, para mais de 100 milhões atualmente, sendo 95% pessoas físicas.

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A expectativa é de que o número chegue a 150 milhões, com a inclusão das contas de luz, gás, água e esgoto.

Por outro lado, os pedidos para retirada de dados somam 360 mil, segundo a Boa Vista, um dos quatro birôs registrados pelo BC como gestores de banco de dados (GBDs) do Cadastro Positivo.

"Com a entrada de informações de telecomunicação, estimamos que 9 milhões de CPFs entraram no mercado, com a possibilidade de ter acesso ao crédito. Bancos e empresas de varejo que vendem a crédito não tinham acesso a essas pessoas. São pessoas que não são bancarizadas, mas que têm emprego, pagam suas contas de telefone", diz Dirceu Gardel, presidente da Boa Vista.

Efeitos para os mais bem pontuados no Cadastro Positivo

Mesmo que o cadastro não esteja "completo", BC e os birôs já encontram efeitos positivos.

Em pesquisa divulgada ontem, com cerca de 2 mil consumidores, a Boa Vista reportou queda média de 10,4% das taxas cobradas no crédito pessoal não consignado, mesmo resultado apontado para redução média do spread (diferença entre a taxa que o banco cobra do cliente e a que ele paga na captação dos recursos) nessas operações no relatório do BC de maio de 2021.

O BC comparou tomadores de crédito com pontuações baseadas no Cadastro Positivo com aqueles que ainda não estavam cadastrados no banco de dados. A queda média chegou a 15,9% para os tomadores com melhor nota.

O presidente da ANBC, Elias Sfeir, avalia que o Cadastro Positivo também pode atenuar o aumento do custo final dos tomadores de empréstimos ao atuar sobre os spreads bancários. "Cerca de 35% do spread está ligado à inadimplência", observa. (AE)

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