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Volta do carro popular: com incentivos, preço pode cair abaixo de R$ 60 mil

Governo confirma incentivos à indústria e redução de impostos para carros mais baratos e menos poluentes, para estimular o mercado e gerar empregos

Carros populares

O objetivo, segundo o governo, é ampliar o acesso a veículos populares e “alavancar a cadeia produtiva ligada ao setor automotivo | Foto: Getty Images

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou que o governo vai adotar medidas para baixar o preço dos carros populares. O incentio está dentro do programa de estímulo à indústria de carros. Os fabricantes de veículos poderão voltar a vender carros por menos de R$ 60 mil, informou a Anfavea, associação que representa as montadoras. Hoje os automóveis novos custam a partir de R$ 69 mil.

Alckmin anunciou outras medidas, especialmente de crédito via BNDES, para toda a indústria. No caso dos carros, segundo o ministro, o governo dará desconto nos impostos federais PIS, Cofins e IPI para veículos abaixo de R$ 120 mil. Os descontos vão obedecer a critérios sociais, de densidade industrial, que privilegia as companhias com mais componentes fabricados no País, e de sustentabilidade, considerando carros com menos emissão de CO2. Com isso, o desconto sobre o preço dos carros vai variar de 1,5% a 10,79%. O objetivo, segundo o governo, é ampliar o acesso a veículos populares e “alavancar a cadeia produtiva ligada ao setor automotivo brasileiro”.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o programa foi desenhado pela área econômica, sob coordenação de Alckmin, e a pedido do presidente Lula. “Apresentamos para o presidente algumas possibilidades de medidas de estímulo à indústria”, afirmou, sem especificar detalhes das medidas. O vice-presidente informou que o governo vai isentar carros mais populares e menos poluentes com isenção de impostos como o PIS/Cofins, que poderiam reduzir os preços em até 10%.

Presidente quer volta dos carros populares

O esperado pacote de medidas para trazer de volta ao mercado o que o presidente chamou de “carro popular”, modelos mais baratos que os atuais. Nos últimos dias, o mercado de veículos novos, que na primeira quinzena apresentava crescimento em relação a abril, praticamente parou na expectativa de redução de preços, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

Grande parte das locadoras, que hoje ficam com 43% das vendas totais de automóveis, deixaram de fazer pedidos. Elas são vistas como importante mercado para modelos mais despojados, procurados principalmente por quem trabalha com aplicativos. Até o segmento de usados teve desaceleração de negócios, pois qualquer eventual mudança nos preços dos novos afeta também os usados, segundo informam dirigentes do setor automotivo.

Segundo informações de pessoas que participam das discussões, entre as medidas avaliadas — provavelmente nem todas aprovadas — estão redução de impostos como IPI e ICMS, ações para facilitar acesso ao crédito e uso de parte do FGTS como garantia para pagamento de prestações ou como parte do pagamento do carro novo.

São esperadas medidas para toda a indústria, várias delas ligadas a programas do banco de fomento, como redução do custo de funding (financiamento) com remuneração pela TLP (Taxa de Longo Prazo), criação de uma Letra de Crédito para o Desenvolvimento (LCD), linhas de financiamento do BNDES atreladas a outros indicadores, como Selic e dólar.

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