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China mantém taxa de juros apesar da desaceleração da economia

Sequência de indicadores confirma a desaceleração da economia chinesa; Banco Mundial rebaixa previsão do PIB chinês de 4,3% para 2,7%

Porto da China

Aumento no número de casos de covid provocou temores de uma desaceleração econômica ainda mais acentuada | Foto: Getty Images

O Banco do Povo da China (PBoC) deixou as principais taxas de juros inalteradas nesta terça-feira, 20, apesar dos recentes sinais de enfraquecimento da segunda maior economia do planeta. Em comunicado, a autoridade monetária informou que a taxa de juros de referência a empréstimos (LPR, na sigla em inglês) para 1 ano seguirá em 3,65%, enquanto a de 5 anos foi mantida em 4,30%.

A LPR é uma referência composta por taxas praticadas por 18 bancos aos clientes. A maior parte dos novos empréstimos no país utiliza a LPR, particularmente de 1 ano, que é divulgada mensalmente. O anúncio acontece após uma sequência de indicadores confirmar a fraqueza da atividade econômica chinesa. A produção industrial teve crescimento anual abaixo do esperado em novembro, enquanto as vendas no varejo tiveram forte queda.

Analistas atribuem o cenário à rígida estratégia de “covid zero”, que motivou uma inédita onda de protestos no país no início do mês. Em reação, as autoridades chinesas relaxaram parte das medidas, mas o subsequente aumento no número de casos da doença provocou temores de uma desaceleração econômica ainda mais acentuada.

Japão ajusta política monetária

As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta terça-feira (20) em meio a persistentes temores sobre a perspectiva da economia global, após o Banco Mundial cortar projeções de crescimento para a China. O Banco do Japão (BoJ) também anunciou um inesperado ajuste em sua política monetária

Liderando as perdas na Ásia, o índice japonês Nikkei sofreu expressiva queda de 2,46% em Tóquio, a 26.568,03 pontos, após o BoJ inesperadamente alargar a banda de variação dos juros dos JGBs, como são conhecidos os bônus do governo do Japão, embora tenha mantido sua taxa de depósitos em -0,1%.

Em coletiva de imprensa, o presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, negou que o banco central japonês esteja se movimentando no sentido de acabar com seu programa de relaxamento monetário. Segundo Kuroda, o ajuste da banda não representa um “aumento de juros” e tem o único objetivo de melhorar o funcionamento do mercado.

Assim como o Nikkei, o iene teve uma reação drástica à decisão do BoJ, se valorizando fortemente em relação ao dólar.

Banco Mundial revê crescimento do PIB da China para 2,7% em 2022

Na China, o Xangai Composto recuou 1,07%, a 3.073,77 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 1,20%, a 1.979,08 pontos, na esteira de novas projeções do Banco Mundial, que agora espera que o Produto Interno Bruto (PIB) chinês se expanda 2,7% este ano. Em junho, a previsão era de alta de 4,3%. O BC chinês, por sua vez, deixou nesta terça-feira suas principais taxas de juros inalteradas por mais um mês.

Em outra partes da região asiática, o Hang Seng teve baixa de 1,33% em Hong Kong, a 19.094,80 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi cedeu 0,80% em Seul, a 2.333,29 pontos, e o Taiex registrou perda de 1,82% em Taiwan, a 14.170,03 pontos.

O mau humor generalizado vem também após as bolsas de Nova York ficarem no vermelho pelo quarto pregão consecutivo na segunda-feira, diante de preocupações de que a tendência de aperto monetário nos EUA e na Europa provoque uma recessão global. Na semana passada, o Federal Reserve (Fed, o BC americano), o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra (BoE) elevaram seus juros básicos em 50 pontos-base.

Na Oceania, a bolsa australiana seguiu o movimento das asiáticas e de Wall Street. O S&P/ASX 200 teve queda de 1,54%, a maior desde o início de novembro, encerrando os negócios em Sydney em 7.024,30 pontos. Com informações da Dow Jones Newswires. (AE)

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