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Novas estimativas para 2023 e oportunidades de investimentos

Economistas apresentam as conclusões do Safra Report e destacam as recomendações de investimentos para 2023

Três economistas debatem

Luiz Zordan, Eduardo Yuki e Jorge Sá, do Safra: análise da conjuntura e oportunidades de investimento | Foto: Reprodução

Como será o ano de 2023 para a economia brasileiro e para os investimentos? Quais as modalidades de aplicações financeiras mais adequadas para o cenário que se apresenta com a mudança de governo? Para responder a essas perguntas, o canal do Banco Safra no Youtube apresentou em detalhes as conclusões do relatório Safra Report, em um programa com Eduardo Yuki, Superintendente Executivo de Economia, Luiz Zordan, Superintendente de Estratégia de Distribuição de Produtos e Serviços de Investimentos e Jorge de Sá, estrategista de Investimentos, todos da equipe de especialistas do Safra.

Com base nas análises apresentadas no Safra Report, o Safra elevou de 1% para 1,5% a projeção de crescimento do PIB no ano que vem. O principal motivo da revisão para cima é a boa perspectiva para o agronegócio, que ajuda no crescimento pelo lado da oferta de produtos. Confira abaixo um resumo das principais conclusões e análises ou clique aqui para ver o vídeo.

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Segundo Eduardo Yuki, o ano de 2023 ainda terá muitas incertezas, e os investidores devem ficar atentos às análises dos especialistas que acompanham de perto as mudanças no cenário econômico.

“Algumas mudanças recentes foram bem positivas na economia americana, que cresce em ritmo menor, mas com taxa de desemprego baixa e mercado de trabalho ainda forte”, comenta ele, citando que apesar disso, a inflação vem desacelerando.

A inflação no setor de bens já vem caindo há mais de dois meses, com destaque para a queda dos preços dos carros, que explodiram durante a pandemia. A demanda arrefeceu em outros bens, como eletrônicos e eletrodomésticos. Também caíram os preços das commodities e a oferta nas cadeias de produção está se estabilizando, levando a uma desinflação.

Inflação desacelera nos Estados Unidos

A série histórica dos preços de imóveis nos Estados Unidos vem se estabilizando e já mostra queda, o que tende a forçar a queda dos preços dos aluguéis. No setor de serviços, a inflação ainda é apertada por causa da força do mercado de trabalho. Mas, somando os três grandes grupos, a percepção é de que a inflação já começa a arrefecer.

Os salários ainda sobem 5% ao ano, o que é muito para a economia dos Estados Unidos. “Projetamos que a inflação americana deve caminhar de 6,5% este ano para 3,35 ou 3,4%”, afirma Yuki. Nesse ambiente, o Federal Reserve reconhece que a inflação já começou a arrefecer, o que já levou à desaceleração no aumento de juros na última reunião deste ano.

“Nossa expectativa é a de que deve vir mais um aumento de 0,5 ponto na próxima reunião de política monetária nos Estados Unidos, e em seguida um novo aumento de 0,25 ponto percentual. Deve parar nesse intervalo por algum tempo, com juros ao redor de 5,25%, por algum tempo até a política monetária fazer efeito”, acrescenta o Superintendente Executivo de Economia do Safra.

Na Europa, os juros ainda estão baixos, mesmo com o novo aperto esta semana. O BCE avisou que vai aumentar os juros de forma significativa, o que singnifica que a taxa deve caminhar para 3% a 3,5% ao ano, para conter a inflação na região.

“Prevemos alguma retração na economia europeia no ano que vem, em consequência do aperto e das dificuldades decorrentes da guerra na Ucrânia”, afirma Eduardo Yuki.

China tem fôlego para aumentar consumo em 2023

Na China, o lado negativo foram os dados de atividades ainda muito ruins divulgados nesta semana, uma situação pior que a prevista. O quarto trimestre deve mostrar a economia desacelerando. O lado positivo é que a inflação está muito baixa, o que permite estímulos econômicos. Além disso, a taxa de poupança das famílias cresceu bastante durante a pandemia. O Safra projeta US$ 430 bilhões de poupança acumulada acima do normal.

“Quando a confiança dos consumidores crescer, o consumo deve crescer significativamente por um ou dois trimestres. Não sabemos exatamente quando isso pode acontecer, mas as famílias chinesas estão com um nível de poupança em excesso”, afirma o economista, destacando que os depósitos bancários cresceram 25 pontos percentuais durante a pandemia, o que mostra liquidez na economia.

Agronegócio garante crescimento do Brasil em 2023

No Brasil, a projeção do Safra é a de que o agronegócio deve representar avanços significativos, e só a soja vai contribuir com 0,7 pontos porcentuais do PIB de 2023. Apesar do aumento da oferta, no campo da inflação ainda existe grande incerteza, por causa da indefinição tributária.

“Se voltar o PIS/Cofins sobre os combustíveis, e se voltar o ICMS sobre a gasolina, inflação no ano que vem deve ficar em 6%. É uma inflação ainda alta, pressionada por esse risco de volta dos impostos”, comenta o economista.

Ele explica que a situação fiscal do governo exige balanceamento entre receitas e despesas. Neste ano, os estados perderam cerca de R$ 70 bilhões em receita com as isenções tributárias. Os estados vão precisar repor pelo menos o ICMS sobre a gasolina, mas há risco de retorno também da contribuição do PIS/Cofins.

O Safra prevê déficit no resultado primário do governo em torno de 1,5% , “menos ruim do que o chegou a ser discutido”.

No primeiro semestre deve haver grande discussão sobre como fica a questão do teto de gastos e que outro mecanismo será adotado como parâmetro para controle das contas do governo.

Jorge de Sá, estrategista de Investimentos do Banco Safra, lembra que a inflação em torno de 40% ao ano na Europa preocupa, mas destaca que o relaxamento das restrições sanitárias na China já melhora a situação das empresas exportadoras brasileiras.

“Os dados recentes já influem na melhora das bolsas nos Estados Unidos e na queda dos juros futuros”, comenta Jorge Sá. “Com altos e baixos, este cenário deve continuar melhorando no ano que vem, apesar da inflação ainda alta em 2023”, afirma ele, destacando que o cenário recomenda cautela em relação ao futuro da economia dos Estados Unidos.

Oportunidades de investimentos no cenário de transição política

Apesar disso, ele comenta que a economia americana representa uma importante alternativa para o investidor que deseja diversificar suas aplicações financeiras. “Em tempos de grande volatilidade, existem vários fundos que ajudam o investidor aqui no Brasil a investir parte dos seus recursos nos EUA, e uma excelente alternativa são os certificados de operações estruturadas, que oferecem garantia contra perdas com o mecanismo do capital protegido”, comenta Jorge Sá. “É uma forma bastante bem sucedida de aproveitar o momento, diversificar os investimentos e aproveitar oportunidades lá fora”, acrescenta.

O Safra tem operações que aproveitam ações do setor de consumo, por exemplo, com os certificados de operações estruturadas com ações da rede McDonald’s. Ele cita também os fundos Fundo S&P com variação cambial ou só com a variação bruta do índice, são formas muito criativas que existem hoje, que tornam o mercado americano mais acessível para o investidor local.

Fundo Safra Galileo rende 150% do CDI

No Brasil, também há grande espaço para os fundos multimercados, como o fundo Galileo fecha este ano com ganho de 150% do CDI. “São mecanismos permitem ganhos e proteção do capital mesmo em ambientes mais hostis”, afirma o especialista. Na renda variável, ele cita a Carteira Top 10 Ações do Safra, que têm dado bastante retorno, assim como a carteira de crédito privado e a de fundos imobiliários.

Luiz Zordan, Superintendente de Estratégia de Distribuição de Produtos e Serviços de Investimentos do Safra, lembra que o ano novo traz incertezas, mas também oportunidades. “O importante e o investidor tomar decisão sobre aquilo que ele tem controle, ou seja, diversificar investimentos, considerando as análises dos especialistas que acompanham de perto todas as variáveis do cenário”, comenta Zordan.

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