Cielo vende subsidiária e pode aumentar em 22% seu valor de mercado
Valor da venda da Merchant E-Solutions para a Integrum Holdings foi de US$ 290 milhões, sendo US$ 140 milhões em parcela fixa a ser paga na data de fechamento
21/02/2022A Cielo (CIEL3) assinou no dia 17 contrato para venda da Merchant E-Solutions para a Integrum Holdings. O valor total da transação é de até US$ 290 milhões, sendo US$ 140 milhões em parcela fixa a ser paga na data de fechamento, e até US$ 150 milhões em parcela variável, sujeita à verificação futura de premissas acordadas entre as partes.
Para o Banco Safra, a venda foi positiva para a empresa, pois a MerchantE era a principal subsidiária fora do core-business da Cielo, linha que vem pressionando os resultados consolidados da empresa.
Considerando que a MerchantE atualmente não agrega valor à Cielo, e assumindo uma taxa de câmbio atual de R$ 5,17, a entrada em dinheiro poderia adicionar cerca de 10% ao valor de mercado da Cielo, assumindo um pagamento de imposto muito baixo dessa venda. Se as metas para os pagamentos variáveis forem atingidas, o valor adicionado à Cielo pode chegar a 22%.
Além disso, trata-se de mais um movimento da Cielo para simplificar sua estrutura societária, com a venda de ativos fora do negócio de adquirência (outro exemplo foi a recente venda da M4U), o que deve permitir que a administração disponha de mais tempo e energia para a recuperação da Cielo. A recomendação continua neutra, com preço-alvo de R$ 3.
Balanço de CIEL3
A Cielo apresentou bons resultados no quarto trimestre, mostrando recuperação nos volumes, principalmente em transações de cartão de crédito. Por outro lado, os yields ainda estão pressionados.
O lucro líquido ajustado recorrente da Cielo atingiu R$ 300 milhões no período, aumento anual de 1% e trimestral de 42%, por conta de efeitos sazonais, e 10% acima das estimativas do Banco.
A divisão Cateno continua sendo destaque nos resultados da Cielo. Mesmo assim, de acordo com o Safra, os resultados confirmam uma recuperação gradual do negócio de adquirência, pois os volumes parecem estar melhorando, apesar de ainda haver uma leve pressão sobre os yields.
A partir de agora, a rentabilidade pode se estabilizar, pois não deve sofrer contratempos de alíquotas de ISS mais altas, o que indica números melhores pela frente.
Vale a pena investir em CIEL3?
- Oportunidades de crescimento no setor;
- Escala de liderança e altos níveis de lucratividade;
- Controlada pelo Bradesco e pelo Banco do Brasil, que são dois dos os maiores bancos do país;
- Forte geração de fluxo de caixa livre;
- Foco na inovação;
- Forte base de dados com informações que podem ser traduzidas em consultoria e receitas de dados.
Quais são os principais riscos de CIEL3?
- Mudanças no ambiente regulatório;
- Taxa de intercâmbio em cartões de débito tem um preço limitado;
- O ambiente competitivo parece se tornar mais difícil;
- Novas tecnologias podem atrapalhar e alterar significativamente os negócios dos adquirentes;
- Risco de crédito e inadimplência.
Sobre a Cielo
A Cielo (CIEL3) foi constituída em 1995, quando Visa, Bradesco, Banco do Brasil, entre outras empresas, se reuniram para operar a marca Visanet no país. A companhia usou esse nome até 2009.
A empresa atua hoje no setor de captura e processamento de transações originadas por cartões de diversas bandeiras, destacando-se Visa, MasterCard, American Express, Diners Club International, Elo, Hiper, entre outras. Está presente ainda no segmento de vouchers, com Alelo e Sodexo.
Atualmente, a Cielo é líder no setor de cartões de pagamento no mercado brasileiro, em termos de volume financeiro de transações. A Cielo deteve em 2019 participação estimada de 41% do mercado, com movimentação total de R$ 1,7 trilhão, à frente de Rede, GetNet, PagSeguro e Stone, por exemplo.