Cenário é favorável para a economia brasileira em 2023
No Conjuntura Safra de dezembro, Joaquim Levy, diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Safra, analisa os rumos da economia
01/12/2022O cenário para a economia brasileira em 2023 é relativamente favorável, o que pode levar ao início do corte da taxa de juros no final do segundo trimestre, o que deve ajudar a manter o embalo da economia. Esta é a avaliação de Joaquim Levy, diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Safra. No programa Conjuntura Safra de dezembro, ele traça um panorama da economia brasileira e internacional e enumera os principais fatores de preocupação para os investidores.
Segundo ele, o emprego no Brasil não deve crescer no mesmo ritmo registrado em 2021, porque a produtividade de um modo geral já voltou aos níveis pré-pandemia. O desemprego tende a crescer, com um número maior de pessoas procurando emprego. Mas o cenário é favorável, com o emprego crescendo a um ritmo mais lento que o atual.
Os estímulos recentes do governo federal antes das eleições criaram uma grande expectativa sobre a manutenção dos incentivos no ano que vem, destaca Levy. Agora, o debate é sobre como ficam os gastos públicos no próximo governo. “Existem dúvidas sobre o orçamento e sobre a possibilidade de volta do ICMS dos combustíveis ou compensação aos Estados, o que traz incertezas sobre a inflação, que poderia ficar acima de 5% no ano que vem”, afirma Levy.
Inflação é desafio para a economia brasileira em 2023
Para ele, o desafio é evitar que o otimismo criado com os estímulos fiscais não se dissipe com a incerteza dos mercados em relação ao gastos do governo e a alta da inflação. “Esse desafio é administrável, acredito que vai se resolver”, comenta.
Ele lembra que a safra vai ser muito boa, ajudando a baixar os preços dos alimentos e melhorando a receita com as exportações. A economia não tem desequilíbrios muito grandes, apesar dos sinais de desaceleração da construção civil, acrescenta.
Para 2023, o Safra projeta crescimento do PIB entre 1% e 1,5%. “Não é um crescimento muito forte, mas é razoável para uma retomada a partir de 2024”, comenta Levy. Dependendo de como for resolvida a questão do ICMS, a inflação em 2023 deve ficar abaixo de 5% no ano.
No vídeo, Levy analisa também as perspectivas para a economia dos Estados Unidos, Europa e China.