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Crédito livre cresce 20,6% na maior expansão da década

Total do crédito não direcionado chegou a R$ 449 bilhões em dezembro, com o maior crescimento anual desde o início da série, em 2013

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No crédito para pessoas físicas, as concessões subiram 20,2% em 2021, para R$ 212,4 bilhões | Foto: Getty Images

As concessões dos bancos no crédito livre subiram 20,6% em 2021 na comparação com 2020, chegando a R$ 449,5 bilhões em dezembro, informou nesta sexta-feira, 28, o Banco Central (BC). Esse é o maior aumento anual da série histórica do BC, superando a expansão de 14,7% de 2019. A série mensal foi iniciada em março de 2011, portanto, a comparação anual completa só é considerada a partir de 2013. Em dezembro, o aumento foi de 8,4% em relação a novembro.

Estes dados, apresentados hoje pelo BC, não levam em conta ajustes sazonais. No crédito para pessoas físicas, as concessões subiram 20,2% em 2021, para R$ 212,4 bilhões, sendo que no último mês do ano recuaram 0,7%.

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Já no caso de pessoas jurídicas, as concessões subiram 21,1% no ano passado, para R$ 237,1 bilhões. Só em dezembro, o aumento foi de 18,0%.

Inadimplência no crédito livre se mantém estável em torno de 3%

Mesmo com as dificuldades de famílias e empresas para fechar as contas, em meio à pandemia de covid-19, a taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos ficou estável em 3,1% de novembro para dezembro. No último mês de 2020, estava em 2,9%.

Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência foi de 4,3% para 4,4% entre novembro e dezembro. No caso das empresas, a taxa passou de 1,6% para 1,5%. No final de 2020, estavam em 4,2% e 1,4%, respectivamente.

A inadimplência do crédito direcionado (recursos da poupança e do BNDES) se manteve em 1,2% na passagem de novembro para dezembro. No último mês de 2020, estava em 1,1%.

Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência seguiu em 2,3% pelo oitavo mês seguido em dezembro, ante 2,1% no fim de 2020.

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Estoque total cresce 16,5%

O estoque total de operações de crédito do sistema financeiro subiu 16,5% em 2021, para R$ 4,684 trilhões, informou o Banco Central nesta sexta. Em dezembro, a alta foi de 1,9%.

Em dezembro ante novembro, houve expansão de 1,7% no estoque para pessoas físicas e elevação de 2,3% no estoque para pessoas jurídicas. Em 2021, os aumentos foram de 20,8% e 11,1%, nessa ordem.

De acordo com o BC, o estoque de crédito livre avançou 2,6% em dezembro e 20,7% em 2021, enquanto o de crédito direcionado apresentou alta de 0,9% no último mês do ano passado e de 10,8% em 2021.

No crédito livre, houve alta de 1,9% no saldo para pessoas físicas em dezembro. Para as empresas, o estoque avançou 3,6% no período. Já em 2021, a alta foi de 22,8% e 18,3%, respectivamente.

O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) foi de 53,4% para 54,0% na passagem de novembro para dezembro. No último mês de 2020, era de 53,8%.

Setores de maior expansão

O saldo de crédito para as empresas do setor de agropecuária subiu 2,5% em dezembro, para R$ 40,004 bilhões, informou o Banco Central. Em 2021, o saldo para o setor aumentou 19,4%.

Já o saldo para a indústria avançou 1,8% no mês, para R$ 767,675 bilhões. Em 2021, o crescimento foi de 5,6%. O montante para o setor de serviços teve alta de 2,9% no último mês do ano, para R$ 1,156 trilhão.

Em 2021, o avanço foi de 13,5%. No caso do crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados (outros) - cujos volumes são bastante voláteis -, o saldo caiu 14,3% em dezembro, aos R$ 12,160 bilhões.

Setor não financeiro

O saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro subiu 13,9% em 2021, para R$ 13,611 trilhões. O montante equivale a 156,9% do Produto Interno Bruto do Brasil, conforme dados divulgados hoje pelo Banco Central. Em dezembro, a alta foi de 1,7%.

O crédito ampliado inclui, entre outras, as operações de empréstimos feitas no âmbito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e as operações com títulos públicos e privados. A medida permite uma visão mais ampla sobre como empresas, famílias e o governo geral estão se financiando, ao abarcar não apenas os empréstimos bancários.

No caso específico de empresas, o saldo do crédito ampliado subiu 14,2% em 2021, para R$ 4,714 trilhões. O montante equivale a 54,3% do PIB. Em dezembro, a alta foi de 1,5%

Habitação e veículos

O estoque das operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceu 14,3% em 2021, totalizando R$ 815,055 bilhões, informou hoje o BC. Somente em dezembro, a alta foi de 0,9%. Já o estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física subiu 9,6% no ano passado, para R$ 241,343 bilhões. No último mês de 2021, a alta foi de 1,1%.

BNDES

O saldo de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas teve queda de 4,0% em 2021, somando R$ 373,585 bilhões. Em dezembro, houve alta de 0,4% nas linhas de financiamento agroindustrial do BNDES, queda de 0,3% no financiamento de investimentos e baixa de 6,2% no saldo de capital de giro.

Já no ano de 2021, houve alta de 4,7% nas linhas de financiamento agroindustrial do BNDES, queda de 3,5% no financiamento de investimentos e baixa de 49,3% no saldo de capital de giro.

O Banco Central informou, ainda, que as concessões de crédito caíram 12,1% em dezembro ante novembro na série dessazonalizada. No caso de pessoas físicas, essas concessões recuaram 9,3% e, no das empresas, caíram 6,6%.

Os números mostram ainda que, em dezembro, as concessões no crédito livre - que reúne operações que não utilizam recursos do BNDES ou da poupança - diminuíram 8,6%. No caso das pessoas físicas, houve queda de 9,9%. Para as empresas, houve alta de 2,3%.

Entre as concessões no crédito direcionado (recursos do BNDES e da poupança), houve recuo em dezembro ante novembro de 5,4%. Para as pessoas físicas, houve redução de 7,1%. No caso das empresas, o recuo foi de 13,2%. (AE)

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