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Crise hídrica quadruplica geração térmica de energia

Geração de energia em usinas térmicas passou de 2 mil para 8 mil megawatts desde setembro de 2020 com ampliação da oferta de gás natural e óleo da Petrobras

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Oferta de gás natural da Petrobras para usinas térmicas aumentou devido à falta de chuvas | Foto: Getty Images

Diante da crise hídrica, a Petrobras ampliou a oferta de gás e óleo para a geração térmica de energia, o que permitiu aumentar, em nove meses (de setembro de 2020 a junho de 2021), a geração de suas usinas e de clientes de cerca de 2 mil megawatts (MW) para quase 8 mil MW.

No mesmo período, o volume de gás disponibilizado pela Petrobras para termelétricas variou de 12 milhões para 35 milhões de metros cúbicos por dia, alta de 19%.

As usinas térmicas vem sendo cada vez mais acionadas devido à falta de chuvas, o que está levando vários reservatórios de hidrelétricas à beira do colapso. A crise afeta principalmente os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, responsável por 70% da geração hidrelétrica do País, que ontem registraram 24% de armazenamento.

Crise hídrica leva Petrobras a ampliar geração térmica

“O incremento se deu por meio de uma série de medidas antecipatórias para maximizar a oferta de gás natural ao mercado”, informou a companhia em nota.

Entre as medidas está a ampliação da capacidade do Terminal de Regaseificação da Baía de Guanabara, de 20 milhões para 30 milhões de m3/dia; o posicionamento dos dois navios regaseificadores nos Terminais da Bahia (TR-BA) e do Rio de Janeiro; e a importação de gás natural liquefeito (GNL), chegando a mais de 14 navios por mês.

A estatal destacou ainda, a flexibilização pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) da especificação do gás processado na unidade de tratamento de Caraguatatuba, além da interligação das Rotas 1 e 2 de escoamento de gás do pré-sal.

“Além disso, a companhia continua negociando novo contrato interruptível com a Bolívia e providenciando alternativas para disponibilidade de um terceiro navio regaseificador”, informou.

Em relação ao fornecimento de óleo combustível para uso por clientes termelétricos, a oferta aumentou de zero em setembro de 2020 para 183 mil toneladas em junho de 2021, e o volume de diesel para este fim variou de zero para 44 mil m3 por mês no mesmo período.

“O aumento da oferta foi possível em função de otimizações operacionais nas refinarias e importações”, disse a companhia.

Mexilhão e Rota 1

Sobre a parada programada da plataforma de Mexilhão e do gasoduto Rota 1, adiada para o próximo dia 29, a Petrobras reforçou que a mudança de data vai disponibilizar gás por mais 14 dias para as usinas Cubatão, Araucária, Linhares, Santa Cruz, William Arjona e Norte Fluminense, além de Termopernambuco, que não mais terá parada nesse período, informou a estatal.

Ainda segundo a Petrobras, a transferência do navio de Pecém para a Bahia vai permitir o atendimento de usinas térmicas do Sudeste e Sul (UTEs Arjona e Araucária, total de 650 MW), o que, somado à geração a diesel na UTE Termoceará (200 MW), “mais que compensa as indisponibilidades temporárias no Nordeste (cerca de 750 MW), provendo capacidade de cerca de 100 MW a mais durante o período do reposicionamento”, explicou. (AE)

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