Custo do crédito sobe, mas inadimplência se mantém em patamar baixo
Custo do crédito teve alta de 43% em 12 meses no caso do crédito não consignado, 55,6% do rotativo do cartão e 26,2% do cheque especial
29/04/2022
Mesmo com a alta dos juros, as concessões de crédito continuam em expansão, segundo o Banco Central | Foto: Getty Images
O aperto monetário adotado pelo Banco Central tem levado a um encarecimento das linhas de crédito, principalmente as de maior risco, como o cheque especial, o rotativo do cartão de crédito e o crédito não consignado. Outras linhas mais baratas e com garantias, como financiamento de veículos e crédito consignado, encareceram em menor ritmo.
O Banco Central chama a atenção para o aumento do estoque das linhas de crédito mais caras, com aumento de 43% em 12 meses no caso do crédito não consignado, 55,6% do rotativo do cartão e 26,2% do cheque especial.
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De forma geral, os juros médios do crédito livre (que inclui todas as linhas comentadas acima) subiram 8,4 p.p. em 12 meses, sendo que 5,8 p.p. desse total se refere ao efeito do aumento do custo de captação dos bancos (devido à Selic superior) e 2,6 p.p. reflete o aumento do spread bancário. Por outro lado, a inadimplência do sistema bancário permanece em patamares historicamente baixos, em 2,5%. Mesmo assim, o mercado continua receoso quanto à inadimplência por conta de baixo crescimento do PIB e desemprego.
Concessões de crédito aumentam mesmo com elevação dos juros
Considerando a inadimplência de pessoa física, o índice apresentou leve aumento, de 4,6% para 4,7% em fevereiro. Esse índice estava em 4,1% em fev/2021, anterior ao movimento de aperto monetário. Isso significa que a taxa de inadimplência mantém uma trajetória de alta, mas ainda continua em patamares historicamente baixos.
Importante destacar que, mesmo com a alta dos juros, as concessões de crédito para pessoa física subiram 5,2% em fevereiro, mas houve queda de 2,1% no caso de empresas. Porém, no mercado de capitais, o volume de dívida captado pelas empresas continua se expandindo, registrando alta de 1,4% em fevereiro, na comparação mensal, e 35% em 12 meses.
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