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CVC freta voos para levar passageiros da Itapemirim

Operadora de turismo CVC envia nota à CVM sobre providências para reacomodar passageiros frustrados por suspensão de operações da Itapemirim

Itapemirim

CVC diz ter sido surpreendida pela suspensão das oprações da Itapemirim | Foto: Divulgação

A CVC Brasil Operadora e Agência de Viagens informou nesta segunda-feira, 20, que na noite da última sexta-feira, dia 17, foi surpreendida com a comunicação do Grupo Itapemirim quanto à suspensão temporária de suas operações aéreas, mantidas pela companhia aérea Itapemirim Transportes Aéreos (ITA).

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa aponta que ao tomar conhecimento do problema, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicou nota com a orientação para que, nesse momento, os passageiros busquem assistência e não compareçam aos aeroportos para embarque antes de contatar a empresa aérea, determinando ainda à ITA que preste imediatamente atendimento integral a todos os passageiros e comunique, individualmente, sobre cancelamento de voos e reacomodações, bem como garanta o reembolso das passagens aéreas comercializadas e demais obrigações.

“Por suas unidades de negócio, a CVC Corp tem buscado atender seus clientes de forma ativa e emergencial desde o início do incidente. Ao longo do final de semana, logrou êxito na disponibilização de voos fretados adicionais e na reacomodação de seus clientes em voos junto a outras companhias aéreas parceiras, bem como disponibilizou canais de atendimento exclusivos para seus clientes”, afirma a companhia.

A CVC Corp, acrescenta, que em respeito aos clientes e parceiros, continuará envidando esforços, de forma proativa e célere, para minimizar os impactos e contratempos decorrentes das circunstâncias acima explicitadas.

Suspensão de vôs da Itapemirim reduz competição no setor aéreo

Com a suspensão da operação da ITA, menos de seis meses depois de começar a voar, mais uma tentativa de o mercado brasileiro sair da dependência das três grandes – Latam, Gol e Azul – não decolou. Ela não foi a primeira a tentar essa barreira: no ano passado, a Avianca Brasil foi à falência – os bens da companhia foram em leilão há alguns meses.

Um dis problemas é que o Brasil tem o combustível mais caro do mundo, uma das tributações mais complexas e altas do planeta, além de ser marcado por um índice enorme de judicialização.

Além dos custos, outro problema doméstico tem relação com os custos indiretos: a regulação da gestão aeroportuária vive tendo mudanças. Na maioria das vezes, quem arca financeiramente com esses obstáculos é a companhia aérea.

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de determinar que se barre o passageiro sem comprovação de imunização contra a covid-19, depois que muitos já tinham adquirido passagens, é um exemplo recente.

Cabe à companhia aérea pagar o hotel durante o período de quarentena. As longas filas nos aeroportos por causa de questões alfandegárias também são um risco para as companhias, já que muitos passageiros em trânsito acabam perdendo conexão por causa da demora.

ITA iniciou operações em meio à pndemia

Neste mercado complexo, a ITA, inexperiente no setor, não tinha um diferencial ou um modelo de negócio competitivo em relação às outras. Por exemplo, a Gol chegou ao mercado com a estratégia do “low cost” (baixo custo), e a Azul entrou para explorar determinadas rotas com aeronaves menores.

A Ita iniciou suas operações no meio da pandemia, e logo após uma acirrada disputa entre Azul, Latam e Gol pelo “espólio” da Avianca, uma empresa que tinha musculatura para operar no mercado nacional, mas que, segundo analistas, errou ao entrar no mercado internacional, onde a concorrência é ainda mais agressiva.

Para piorar, nos últimos meses, todos os custos – da aviação de do transporte rodoviário – dispararam por causa da alta do dólar, da inflação e dos combustíveis.

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