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Desemprego cai para 11,6%, mas País ainda tem 12,4 milhões sem trabalho

Taxa de desemprego medida pela pesquisa PNAD Contínua do IBGE teve redução de 1,6 ponto percentual no trimestre encerrado em novembro

Desemprego

Segundo o IBGE, 3,2 milhões de pessoas ingressaram no mercado de trabalho no trimestre | Foto: Getty Images

A taxa de desemprego caiu para 11,6% no trimestre encerrado em novembro, com recuo de 1,6 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior.

O número de desempregados diminuiu 10,6% nesse mesmo período, chegando a 12,4 milhões. É uma redução de 1,5 milhão de pessoas. Quando comparado ao mesmo período do ano anterior, houve queda de 14,5%, o que representa 2,1 milhões a menos em busca de trabalho. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE.

Na comparação com o trimestre encerrado em agosto, o número de pessoas ocupadas aumentou 3,5%. São 3,2 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho.

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“Esse resultado acompanha a trajetória de recuperação da ocupação que podemos ver nos últimos trimestres da série histórica da pesquisa. Esse crescimento também já pode estar refletindo a sazonalidade dos meses do fim de ano, período em que as atividades relacionadas principalmente a comércio e serviços tendem a aumentar as contratações”, explica a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

Com isso, o nível de ocupação, percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 55,1%, um aumento de 1,7 ponto percentual frente ao trimestre anterior.

Desemprego diminui com avanço de 4% nas contratações formais no trimestre

Assim como nos trimestres anteriores, o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado aumentou. O crescimento foi de 4,0% frente ao trimestre encerrado em agosto, o que representa 1,3 milhão de pessoas.

“No setor privado, os segmentos de comércio, indústria, saúde e educação e de tecnologia da informação e comunicação foram os que mais expandiram a sua ocupação com trabalhadores com carteira assinada”, diz a pesquisadora.

Também houve aumento de 7,4% no contingente de empregados sem carteira no setor privado, ou adição de 838 mil pessoas. Frente ao mesmo período do ano anterior, o aumento foi de 18,7%. O número de trabalhadores por conta própria também cresceu: o aumento foi de 588 mil pessoas (2,3%) em relação ao último trimestre e de 3,2 milhões (14,3%) frente ao trimestre encerrado em novembro de 2020.

Na categoria dos trabalhadores domésticos, o aumento na ocupação foi de 6,0% frente ao trimestre anterior e de 22,5% em relação ao mesmo trimestre de 2020.

A taxa de informalidade foi de 40,6% e se manteve estável frente ao trimestre anterior, mas houve aumento no número de trabalhadores informais.

“Do crescimento de 3,2 milhões de trabalhadores no número de pessoas ocupadas, 43% vieram do trabalho informal. Então, embora a informalidade continue se destacando na expansão da ocupação, a participação do trabalho formal no setor privado vem aumentando e contribuindo também para a recuperação da ocupação no país”, afirma Beringuy.

Enquanto a massa de rendimento real habitual permaneceu estável, ao ser estimada em R$227 bilhões, o rendimento real habitual caiu 4,5% frente ao trimestre anterior e 11,4% em relação ao mesmo trimestre de 2020. Ele foi estimado em R$2.444 no trimestre encerrado em novembro, o menor já registrado pela série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

“Isso significa que, apesar de haver um aumento expressivo na ocupação, as pessoas que estão sendo inseridas no mercado de trabalho ganham menos. Além disso, há o efeito inflacionário, que influencia na queda do rendimento real recebido pelos trabalhadores”, explica.

Comércio abala crescimento da ocupação

A maior parte da expansão da ocupação veio do comércio, com aumento de 4,1%, ou 719 mil pessoas a mais trabalhando no setor. Já a indústria teve crescimento de 3,7%, o que representa um acréscimo de 439 mil pessoas a esse grupamento de atividade. O segmento de alojamento e alimentação, um dos mais prejudicados desde o início da pandemia de Covid-19, teve seu contingente de trabalhadores aumentado em 9,3%. São 438 mil empregados a mais.

A população fora da força de trabalho teve queda de 2,0% na comparação com o último trimestre. Fazem parte desse grupo as pessoas que não estavam nem ocupadas nem desocupadas na semana de referência. A queda nesse contingente foi de 1,3 milhão de pessoas. Frente ao mesmo período do ano anterior, houve redução de 4,6 milhões.

Na comparação com o último trimestre, 538 mil pessoas saíram da força de trabalho potencial, grupo das pessoas em idade de trabalhar que não estavam nem ocupadas nem desocupadas, mas que tinham potencial para estar na força de trabalho. Estimado em 9,1 milhões de pessoas, esse contingente teve redução de 2,3 milhões na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Já as pessoas desalentadas, ou seja, aquelas que não buscaram trabalho, mas que gostariam de conseguir uma vaga e estavam disponíveis para trabalhar, foram estimadas em 4,9 milhões. A queda foi de 6,8% frente ao último trimestre e de 14,4% em relação ao encerrado em novembro de 2020, quando havia 5,7 milhões de desalentados no País.

Sobre a pesquisa PNAD Contínua

A PNAD Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no País. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.

Em função da pandemia de Covid-19, o IBGE implementou a coleta de informações da pesquisa por telefone desde 17 de março de 2020. É possível confirmar a identidade do entrevistador no site Respondendo ao IBGE ou via Central de atendimento (0800 721 8181), conferindo a matrícula, RG ou CPF do entrevistador, dados que podem ser solicitados pelo informante.

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