close

Dólar acumula queda de 8% em março com entrada de capital estrangeiro

O fluxo de investimentos estrangeiros na bolsa brasileira já soma R$ 90 bilhões no acumulado do ano, o que provoca a desvalorização do câmbio

Dólar

Desde o início do ano, dólar perdeu cerca de 7% de valor frente ao real | Foto: Getty Images

O aumento do fluxo de investimentos estrangeiros na bolsa brasileira, que no acumulado do ano já soma R$ 89,6 bilhões, tem duas consequências positivas: dólar em queda e Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, em alta no primeiro trimestre.

A cotação da moeda americana recua de janeiro a março em torno de 14%. Em março, a queda da divisa frente ao real é de aproximadamente 8%, a maior desde novembro de 2020. Nesta sessão, o dólar cai 0,54% e é cotado a R$ 4,76, mas chegou à mínima de R$ 4,72.

Saiba mais

Mercado brasileiro mais descontado ante pares emergentes faz Ibovespa subir

Um dos impulsionadores para esse aumento do ingresso de dinheiro estrangeiro no país é que o mercado brasileiro, entre os emergentes, é o menos averso a risco, principalmente após a guerra entre Rússia e Ucrânia. O Ibovespa caiu 0,22%, a 199.999 pontos. No mês, o indice acumula alta de 6,06% e no trimestre o ganho acumulado é de 14,48%.

“A bolsa brasileira está descontada em relação a outros países emergentes, e os nossos papéis estão mais baratos”, disse Rafael Foscarini, da Belo Investment Reserach. “O país tem um ambiente mais seguro se comparado a outros emergentes, mas ainda temos indicadores macroeconômicos desfavoráveis e risco eleitoral”, comenta.

Com a inflação em alta, o IPCA acumulado em 12 meses terminados em fevereiro, está em 10,74%, a tendência é de aumento da taxa de juros referencial, Selic, por pelo menos até 12,75% ao ano. Isso, segundo Foscarini, beneficia os papeis dos grandes bancos, pelo menos no curto prazo.

Commodities a preços elevados puxam Vale e Petrobras dentro do Ibovespa

Além disso, as commodities, negociadas em patamares altos no primeiro trimestre, imprimem ganhos para a Vale e Petrobras. Os papeis dessas duas companhias estão entre os mais negociados no Ibovespa.

No mês, o minério com 62% de teor de ferro acumula ganho de 13,8% e a valorização no ano chega a 33%. Nesta sessão, a principal matéria-prima do aço foi negociada a US$ 158,30 a tonelada, segundo o índice da Platts, da S&P Global Commodity Insights.

Já o petróleo do tipo Brent fechou em alta de mais de 6% no mês e em torno de 45% no ano. No pregão desta quinta-feira, no entanto, o óleo caiu 6,045% e o barril era negociado a US$ 104,71.

Para Silvio Campos, economista da Tendência Consultoria, o avanço dos preços das commodities ainda gera incerteza, pois tudo vai depeder da questão do conflito e os estímulos chineses à economia. Campos acredita que esse é um fator de risco para a tendência de alta do Ibovespa no curto prazo.

‘Internamente, a medida que o período eleitorial de aproxima, os investidores costumam ter uma postura mais cautelosa”, disse Campos. “Mas se tiver uma correção, o índice não deve ir para níveis bem abaixo dos 120 mil pontos, no curto prazo há fatores de suporte.”

Abra sua conta

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra