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Dólar perde força frente ao real e cai 3,63% na semana

Com a queda de 0,87% nesta sexta-feira, a moeda americana acumulou perdas de 1,39% em maio e o recuo no ano chega a 12,59%

Dólar

O mercado ficou mais otimista com o corte na taxa de referência para hipotecas na China para reanimar o setor habitacional | Foto: Getty Images

O dólar seguiu a tendência de queda pelo segundo dia consecutivo. A moeda americana fechou em baixa nesta sexta-feira e chegou a registrar mínima de R$ 4,85. A divisa recuou 0,87%, sendo cotada a R$ 4,87, abaixo de abaixo de R$ 4,90 desde 25 de abril e no menor nível desde o dia 22.

Afora uma alta pontual na primeira hora de negócios, o dólar trabalhou em baixa firme durante todo o pregão e renovou mínimas no início da tarde, descendo até R$ 4,8540 ( queda de 1,28%). A divisa encerra a semana com perdas 3,63% e passa a acumular desvalorização de 1,39% em maio. No ano, a baixa é de 12,59%.

Saiba mais:

Os investidores continuaram monitorando as perspectivas de aceleração da inflação no mundo e medidas de aperto monetário para controlar a alta dos preços na maior parte das economias, como Estados Unidos e países da zona do euro.

Contudo, o mercado ficou mais otimista com o corte, que foi realizado pelos bancos chineses, na taxa de referência para hipotecas por uma margem inesperadamente ampla, para reanimar o setor habitacional e impulsionar uma economia em desaceleração atingida por graves surtos de covid-19.

O Banco do Povo da China (PBoC) reduziu sua taxa de juros de referência – a chamada LPR – para empréstimos de longo prazo em 15 pontos-base, a 4,45%.

Economista-sênior para China da Capital Economics, Julian Evans-Pritchard, diz que o corte do PBoC é o maior já registrado e tem o objetivo de sustentar a demanda por moradias em meio à crise do setor imobiliário chinês. A LPR de curto prazo ficou inalterada, em 3,70%.

“Ao contrário dos Bancos Centrais do mundo, que vem subindo taxa de juros, a China cortou suas taxas para dar mais força à economia”, disse o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni. “Isso gera expectativa de aumento de consumo de commodities e traz um clima mais positivo para o Brasil, hoje mais sensível a mudanças na China do que no mercado americano.”

O especialista Nicolas Farto, da Renova Invest, classifica a baixa do dólar nesta sexta em relação ao real e a outras divisas emergentes como um movimento pontual ancorado nos estímulos monetários na China. “Mas as flexibilizações das políticas sanitárias chinesas ainda não são tem intensas. Isso pode acabar se refletindo nos próximos dias”, disse Farto.

Segundo ele, com a perspectiva de alta de juros nos EUA, a tendência é de fortalecimento global da moeda americana. “Esse movimento de valorização do dólar pode ser menos amplo no Brasil, porque somos exportadores de commodities e isso atrai investidores. Mas o viés ainda é de alta”, afirma. (Com agências)

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