Multinacionais cancelam negócios na Rússia
Companhias de todo o mundo se alinham às sanções econômicas impostas por governos ocidentais e congelam investimentos na Rússia
02/03/2022A exemplo das sanções aplicadas por governos de todo o mundo, grandes empresas estão suspendendo e encerrando negócios na Rússia, após tropas do país invadirem a Ucrânia.
Nesta quarta-feira, 2, companhias como Siemens e Toyota se uniram a outras gigantes como Apple, Ford, ExxonMobil e Dell que paralisaram suas atividades, afetando a economia russa.
Conforme o Wall Street Journal, a Siemens congelou o desenvolvimento de novos projetos e entregas. Apenas atividades relacionadas a serviços e manutenção vão continuar ativas.
A corporação alemã mantém negócios com os russos desde 1850 e, desde a dissolução da União Soviética, em 1991, reforçou sua posição em setores estratégicos como o energético, médico e de comunicações.
Além da Siemens, a Toyota anunciou a suspensão de suas atividades em solo russo a partir desta sexta-feira, 4.
Isso incluiu o fechamento da fábrica de São Petersburgo, que produz mais de 80 mil veículos por ano, sendo a maioria vendida nacionalmente e uma pequena parte exportada para países como Armênia, Cazaquistão e Belarus.
A gigante da moda Nike, por sua vez, interrompeu as vendas online de seus produtos.
Segundo a empresa, a suspensão se deu pela falta de garantia de que as entregas seriam realizadas. A companhia orientou os consumidores a comprarem os produtos em lojas físicas.
Medidas duras de grandes empresas contra a Rússia
Antes dos anúncios desta quarta-feira, outras corporações já haviam iniciado o movimento de boicote à economia russa.
As companhias de energia ExxonMobil, Shell e BP abandonaram projetos bilionários do país, que é um dos maiores produtores de petróleo e gás do planeta.
O setor energético, inclusive, é um dos que lideram a interrupção de atividades por parte de grandes companhias no país liderado pelo presidente Vladimir Putin.
Outros atores importantes, como a norueguesa Equinor e a francesa TotalEnergies, também foram incisivas e vão encerrar os investimentos em novos projetos na Rússia.
Já players de transportes, como FedEx, Maersk e MSC anunciaram a suspensão de remessas de contêineres ao território russo.
Nesse sentido, a Boeing também paralisou todas as operações, incluindo a manutenção e suporte técnico para aeronaves russas.
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No setor da moda, a Adidas anunicou a suspensão do patrocínio à Federação Russa de Futebol. Dados de 2020 da própria companhia mostram que 2,9% de seu faturamento veio de países da extinta União Soviética, como a própria Rússia e a Ucrânia.
Conforme o New York Times, a Ford confirmou a suspensão de todas as suas atividades na Rússia, desenvolvidas por meio de uma joint-venture, citando preocupações com a invasão da Ucrânia.
Além da Ford, montadoras como General Motors, Volvo, BMW, Honda e Jaguar Land Rover também interromperam atividades de produção e vendas no país.
Nas telecomunicações, Apple, Nokia e Ericson se alinharam aos embargos econômicos, suspendendo remessas de produtos para o mercado russo.
Por fim, as gigantes de tecnologia Meta, Google, Twitter, Microsoft restringiram o acesso de contas e canais de notícias russos, com destaque para os estatais, em plataformas de comunicação.