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Falta de vacinas atrasa campanha em 12 capitais

Falta de estoques de imunizantes dificulta avanço da vacinação em pelo menos 12 capitais brasileiras; São Paulo retoma aplicação

Mulher vacinada em drive-thru

A Prefeitura de São Paulo chegou a parar a vacinação, mas retomou um dia depois, ainda com problemas em alguns postos | Foto: Getty Images

Pelo menos 12 capitais brasileiras alegam falta de estoque e limitaram as campanhas de imunização contra a covid-19 esta semana, segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo. Salvador suspendeu o programa até a chegada de novos lotes. As demais cidades diminuíram o ritmo de atendimento ou aplicam só a 2.ª dose.

A Prefeitura de São Paulo chegou a parar a vacinação, mas retomou na quarta, 23 – ainda com problemas em alguns postos. O governo do Estado decidiu prorrogar a fase de transição do plano de controle da pandemia até o dia 15 de julho.

A situação mais grave é a de Salvador, onde o ritmo da campanha dava sinais de oscilação desde o início do mês – variando de mil a 22 mil imunizados por dia, número abaixo dos picos de maio. Secretário municipal da Saúde, Leo Prates usou o Twitter para divulgar a paralisação total do atendimento a partir de ontem. “Se Deus quiser retornaremos na sexta-feira.”

Segundo a gestão municipal, a retomada do cronograma depende da entrega de novos lotes pelo governo federal. Desde janeiro, a capital baiana aplicou 1,4 milhão de vacinas e consumiu 100% das primeiras doses disponíveis e 82% da 2.ª. Em nota, a pasta diz que o público previsto para tomar o reforço até o dia 30 já teria sido atendido.

Falta de vacinas interrompe campanhas

Mais nove capitais, incluindo Porto Alegre e São Luís, suspenderam a 1.ª dose para o público geral e usam o estoque para garantir vacinas complementares. Entre elas, quatro cidades mantiveram só novos atendimentos para parte dos grupos prioritários , como grávidas ou profissionais de educação.

Com apenas 1.885 vacinas da Coronavac no estoque, Florianópolis resolveu só aplicar a 1.ª dose em gestantes e puérperas (mulheres que acabaram de dar à luz). “Temos capacidade de vacinar entre 8 e 10 mil pessoas por dia. E estamos recebendo uma média de 8 mil vacinas por semana”, relata o secretário de Saúde, Carlos Alberto Justo da Silva, ao Estadão. “Como a população tem buscado as vacinas, significa que, no mesmo dia em que a gente recebe elas vão embora.”

Em Porto Alegre, a previsão era vacinar esta semana a faixa etária a partir dos 50 anos. Mas a capital gaúcha suspendeu a primeira dose para todos os grupos ontem, por estar com quantidade limitada de vacinas.

Prefeituras aguardam mais doses de vacinas

Situação similar vive São Luís, que chamou atenção por começar a imunizar a população a partir dos 18 anos recentemente. “O município aguarda a chegada de novas doses, já anunciadas pelo Ministério da Saúde, para divulgar novos calendários”, diz a prefeitura. João Pessoa, Aracaju e Campo Grande também só aplicam a 2.ª dose no momento.

Em Curitiba, a vacinação foi mantida só para profissionais de educação. “O número de doses disponíveis em estoque – cerca de oito mil – é insuficiente para a próxima faixa etária da população em geral (49 anos), que tem um público estimado de 19 mil pessoas”, diz a prefeitura. Rio Branco fez novos atendimentos só para grávidas e puérperas. Cuiabá priorizou, ontem, as lactantes. A prefeitura só tem expectativa de receber mais lotes no fim de semana.as doses da Pfizer já acabaram e a previsão é que as doses de lactantes terminem nesta quinta.

Natal e Goiânia continuaram aplicando a 1.ª dose, mas precisaram diminuir o ritmo de vacinação. A capital de Goiás ainda não sabe se conseguirá continuar atendendo por faixa etária nos próximos dias e averigua o estoque. Procurado ontem à noite, o Ministério da Saúde não respondeu até 20h30. (AE)

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