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Fundos revertem perdas e têm melhor captação em quase dois anos

Após resgates líquidos de mais de US$ 100 bilhões em 2023, fundos de investimento registraram captação positiva de R$ 49,8 bilhões em janeiro

Fundos de investimentos

Resultado da indústria vem sendo impulsionado principalmente pelo desempenho da classe de fundos de renda fixa | Foto: Getty Images

Os fundos de investimento registraram captação líquida positiva de R$ 49,8 bilhões em janeiro, o melhor resultado mensal desde abril de 2022, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Em 2023, a indústria terminou o ano com resgates líquidos de R$ 109,6 bilhões.

“Hoje, o cenário macroeconômico está mais favorável para a recuperação da indústria de fundos. Com a expectativa de novas quedas na taxa de juros e a redução da inflação, a tendência é que os investidores direcionem, nos próximos meses, mais recursos para essa modalidade, em especial para os fundos com maior exposição a risco, como os multimercados e de ações”, afirma Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima.

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Renda fixa foi destaque em janeiro

Por ora, no entanto, o resultado da indústria ainda vem sendo impulsionado principalmente pelo desempenho da classe de fundos de renda fixa, que registrou, em janeiro, captação líquida de R$ 67,3 bilhões, ante saídas de R$ 47,5 bilhões em dezembro do ano passado.

Os tipos de fundos de renda fixa que mais atraíram recursos foram os que aplicam em títulos públicos de curto prazo (renda fixa duração baixa soberano), com captação de R$ 36,6 bilhões, e os que investem em ativos e derivativos de renda fixa (renda fixa duração livre grau de investimento), que receberam entradas líquidas de R$ 8,3 bilhões.

Fundos de previdência registram segunda melhor captação

Os fundos de previdência registraram a segunda melhor captação líquida em janeiro, no valor de R$ 2,4 bilhões. Em seguida, aparecem os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), com saldo positivo de R$ 2,1 bilhões, e os FIPs (Fundos de Investimento em Participações), com R$ 705,2 milhões.

Já os fundos de ações registraram resgates líquidos de 942,2 milhões em janeiro, ante uma captação positiva de 20,1 bilhão em dezembro do ano anterior. O tipo de fundo de ação que mais sofreu perdas, no valor de 921 milhões, foi o índice ativo, que tem como objetivo superar o índice de referência do mercado acionário.

Os fundos multimercados também sofreram regastes no valor de R$ 20 bilhões. Em dezembro de 2023, as perdas chegaram a R$ 30,7 bilhões.

Fundos cambiais lideram em rentabilidade

Entre todos os tipos de fundos, os cambiais apresentaram a melhor rentabilidade em janeiro, registrando ganho de 2,28%, em linha com a subida de 1,8% do dólar no período.

Já entre a classe de renda fixa, o destaque foram os fundos de dívida externa, que atingiram rentabilidade de 1,73%.

Já a estratégia que alcançou melhor retorno entre os fundos multimercados foi a long short neutro (voltada a operações de ativos e derivativos ligados ao mercado de renda variável, montando posições compradas e vendidas), com os produtos desse tipo registrando ganho de 1,34%.

Neste mesmo período, todos os tipos de fundos de ações registraram rentabilidade negativa, acompanhando a queda do Ibovespa.

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