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Ibovespa sobe a 124 mil pontos, maior patamar em mais de dois anos

Os mercados locais absorvem parte do otimismo do exterior no pregão de ontem, quando não houve negócios no Brasil em razão do feriado de Proclamação da República

cotações Bolsas

O Ibovespa apresentou alta de +2,29% no último pregão, cotado a 123,1 mil pontos, e apresenta tendência de alta | Foto: Getty Images

O Ibovespa iniciou o pregão desta quinta-feira em alta, dando continuidade aos ganhos que levaram o índice ao maior patamar em mais de dois anos. A referência local superou os 124 mil pontos e alcançou o nível intradiário mais alto desde 2 de agosto de 2021. Agentes acompanham o exterior, com expectativa por declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed), e as discussões em torno da meta fiscal do Brasil no ano que vem.

Por volta das 11h, o Ibovespa subia 0,75%, aos 124.088 pontos, com máxima intradiária de 124.098 pontos e mínima de 123.165 pontos. O volume de negócios projetado para o índice no dia era de R$ 28,92 bilhões. No exterior, o futuro do S&P 500 avançava 0,02% e o Stoxx 600 perdia 0,37%.

Os mercados locais absorvem parte do otimismo do exterior no pregão de ontem, quando não houve negócios no Brasil em razão do feriado de Proclamação da República. As bolsas americanas avançaram na quarta-feira após o índice de preços ao produtor (PPI) dos Estados Unidos registrar deflação em outubro.

Ainda no âmbito internacional, os pedidos de seguro-desemprego dos EUA na semana passada, divulgados há pouco, totalizaram 231 mil, acima da expectativa do mercado de 220 mil. Os sinais de mercado de trabalho menos aquecido aumentam a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) não eleve mais os juros no atual ciclo e comece a cortar antes do que agentes econômicos projetavam. Após a divulgação do dado, o rendimento das Treasuries passou a operar em queda mais firme.

Ainda hoje, diversos dirigentes do Fed farão manifestações públicas, que serão acompanhadas de perto pelo mercado.

O foco doméstico está na meta fiscal, após o governo adiar a decisão de apresentar emenda para mudar a meta do ano que vem. Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, do Planejamento, Simone Tebet, e líderes partidários foram convocados para reunião sobre o assunto.

As varejistas Magazine Luiza ON (+7,95%) e Casas Bahia ON (+7,69%) lideravam as altas do dia, impulsionadas pela alta dos juros. O setor também repercute o balanço da Americanas, que informou hoje os resultados de 2022 e republicou os de 2021.

O noticiário local aponta que Ministério da Fazenda recebe apoio para manter a meta fiscal neste momento, o que também favorece a Bolsa. O Ibovespa apresentou alta de +2,29% no último pregão, cotado a 123.165,76 pontos. O ativo está em tendência de alta no médio e no curto prazo. Na alta, o ativo possui primeira resistência em 125.000 pontos e, caso rompa esse patamar, poderá alcançar sua próxima resistência em 128.300 pontos. Do lado da baixa, o primeiro suporte se encontra na região de 122.600 O próximo fica na faixa de 120.000 pontos.

O Dólar Futuro apresentou queda de -0,87% no último pregão, cotado a 4.873,00 pontos. O ativo se encontra em tendência de baixa no médio prazo e neutra no curto. Do lado da baixa, o primeiro suporte fica na região de 4.870 pontos. Se perder esse patamar, poderá alcançar o suporte seguinte em 4.810. Já do lado da alta, a primeira resistência do contrato fica na região de 5.070 e a segunda em 5.220.

Exterior:

Bolsas no exterior operam em ligeira baixa após subirem com dados de inflação ao produtor nos EUA confirmando processo de desinflação. Agenda do dia conta com dado de produção industrial e de cenário de negócios nos EUA.

Commodities:

Petróleo apresenta baixa após aumento de estoques nos EUA (USD80,7/b; -0,51%)
Minério de ferro registrou alta (USD130,9/t; +0,66%)

Empresas:

Nubank: Lucro líquido 3T supera expectativas no 3º trimestre com US$ 303 mi; estimativa US$ 251,4 mi / O banco digital anunciou lucro líquido acima das estimativas dos analistas para o terceiro trimestre, mas os investidores esperavam mais
StoneCo: Cia pretende recomprar até R$ 1 bi em ações
Copel: Conselho aprova desfazer programa de units e prevê capex 2024 R$ 2,43 bi
Marfrig: Avanço na BRF depende de performance
Cosan: Terminal GNL Compass estará pronto p/ operar início 2024
Marisa: Prejuízo líquido no 3º trimestre de R$ 196,4 mi

Agenda do Dia:

08:00 – Brasil – IPC-S
10:30 – EUA – Índice de Preços de Importados/Outubro
10:30 – EUA – Pedidos de Auxílio Desemprego/Semanal
10:30 – EUA – Cenário de Negócios Fed Filadélfia/Novembro
11:15 – EUA – Produção Industrial/Outubro

Fechamento da terça-feira

Ibovespa: 123.166 (+2,29%)
S&P: 4.496 (+1,91%)
Dólar Futuro: R$4,87 (-0,87%)

Atualizações Safra:

Bancos: Nossa visão atualizada para 2024; Atualização de modelos e preços-alvo
Neste relatório, analisamos tendências e perspectivas recentes para o setor bancário brasileiro. O ciclo anterior testemunhou um aumento na atividade das fintechs, expandindo a inclusão financeira e a acessibilidade ao crédito. Isto coincidiu com um cenário inflacionista forte, que levou a políticas de aperto monetário e a uma subsequente queda na qualidade dos ativos. Embora este efeito tenha repercutido em todos os intervenientes da indústria, os novos bancos bem-sucedidos demonstraram não só como o principado é fundamental para um desempenho superior, mas também como um operador digital pode ser rentável.

O que está além da crise? Olhando para o futuro, esperamos uma redução na inadimplência no varejo e uma retomada moderada da originação de crédito de maior risco ao longo de 2024. Embora acreditemos em uma queda na margem financeira do crédito em comparação com o crescimento da carteira, um provisionamento mais baixo deverá gerar melhores resultados ajustados ao risco. As taxas deverão continuar sujeitas a uma pressão intensa, ao passo que a implementação de uma abordagem mais eficiente em termos de custos deverá ajudar a compensar este efeito. Em suma, esperamos uma recuperação do ROE da indústria, em grande parte impulsionada pelo varejo.

Atualizando preferências: O Itaú Unibanco permanece como top pick e com classificação de Compra, devido a uma gestão diligente de custos sem comprometer os investimentos em tecnologia, reforçando sua abordagem centrada no cliente e impulsionando o foco do cliente. Com expectativas de + de 21% de ROE nos próximos anos, seu valuation de 1,51x P/VP parece desconectado e nosso novo preço-alvo de R$ 37 implica um potencial de alta de 24% em relação aos níveis atuais.

Elevamos Bradesco para Compra com uma percepção mais clara da assimetria de valuation. Embora os resultados de curto prazo apresentem um certo grau de incerteza, espera-se que uma adoção posterior de uma orientação de crédito restritiva gere impactos positivos em 2024. Nos nossos modelos, assumimos um ROE conservador de longo prazo de 15,5% (em linha com Ke), a alcançar até meados de 2025. Nosso novo preço-alvo de R$ 18 implica uma valorização potencial de 20% em relação ao atual valuation barato de 0,93x P/VP.

Rebaixamos Banco do Brasil para Neutro devido ao crescimento limitado dos lucros. O principal risco ascendente para os grandes bancos de nossa cobertura reside no menor custo do risco, à medida que os empréstimos inadimplentes são amortizados. Tendo tido impactos menores devido a uma carteira mais defensiva e à maior correlação dos resultados do Tesouro com a taxa Selic, o crescimento dos lucros do BB nos próximos dois anos deverá ser mais contido em relação aos pares. Embora continue a apresentar um bom carrego com 11% de dividendos para 2024 e alta de 17% para o nosso novo preço-alvo de R$ 59, o upside se alinha melhor com um rating Neutro, reforçando nossa preferência por bancos privados, que não assumem riscos adicionais em relação a ruídos políticos.

Reiteramos neutro para Santander Brasil por sua menor valorização potencial em relação aos pares. Com a melhoria do custo do crédito e os ganhos de ALM, esperamos que o banco aumente a sua rentabilidade ao longo dos próximos dois anos. Ainda assim, nosso preço-alvo inalterado de R$35 traz uma alta limitada de +13%, o que não é suficiente para um upgrade, especialmente considerando um prêmio de P/L de +26% em 2024e vs. Itaú Unibanco, ou +16% em 2025, que consideramos injustificado, considerando o ROE estruturalmente mais elevado do Itaú e a maior resiliência dos lucros dentro dos ciclos.
Principais riscos: Forte deterioração das condições macroeconómicas, qualidade dos ativos pior do que o esperado, alterações regulamentares, concorrência irracional e interferência política (BB).

JHSF: Resultados do 3T23 – Resultados mais fracos do que o esperado

A JHSF apresentou resultados fracos no 3T23, ficando em grande parte abaixo do nosso call. A menor participação das vendas de terrenos no seu mix de vendas continua a pressionar os lucros da empresa, o que, juntamente com despesas operacionais mais elevadas em pagamentos de participação nos lucros, traduziu-se numa contração substancial de 88% nos resultados financeiros.
O faturamento da JHSF caiu 33% A/A, para R$ 350 milhões, permanecendo 6% abaixo da nossa estimativa. O resultado abaixo do esperado é atribuído principalmente à queda de 37% A/a na receita líquida da divisão Real Estate, para R$ 128 milhões (-14% vs. Safra), ainda pressionada pelo seu mix de vendas, visto que no 3T23 houve significativamente mais produtos imobiliários do que vendas de terrenos (74% das vendas totais vs. 54% no 3T22). Vale ressaltar que as receitas de vendas de imóveis são reconhecidas pelo método PoC, enquanto as vendas de terrenos são reconhecidas integralmente no momento da venda. Dessa forma, a maior participação de produtos imobiliários levou a uma queda de 16,9 pontos percentuais na margem bruta da divisão, para os ainda sólidos 54,5% (-2 pontos percentuais vs. Safra), levando a uma margem bruta consolidada de 51,7% (-8,7 pontos percentuais A/a).

Em suma, apesar dos resultados mais fracos, com um preço-alvo de R$ 6,80/ação para 12 meses, mantemos nosso rating de Compra em JHSF3, que é impulsionado principalmente por seu atraente potencial de crescimento e seus sólidos padrões operacionais, uma vez que seus resultados continuam a se beneficiar de investimentos bem sucedidos feitos nos últimos anos.

*Com atualizações do Valor Econômico.

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