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Onda de calor causa recorde no consumo de energia

Pela primeira vez na história do Sistema Nacional Interligado de Energia Elétrica, a carga total superou a marca de 100 mil megawatts

Calor praia energia eólica

A principal razão o aumento do consumo de energia é a significativa elevação de temperatura, segundo o Operador Nacional do Sistema | Foto: Getty Images

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou um novo recorde na demanda instantânea de carga do Sistema Interligado Nacional (SIN): na segunda foi atingido o patamar de 100.955 MW (megawatts). Foi a primeira vez na história do SIN em que a carga superou a marca de 100.000 MW. O recorde anterior era de 97.659 MW, medido em 26 de setembro de 2023. O nível de consumo voltou a se repetir na terça-feira. Nesta quarta (15), o consumo diminuiu para cerca de 90 mil megawatts sob reflexo do feriado de Proclamação da República.

No momento em que o novo patamar foi registrado, o atendimento à carga era feito por 61.647 MW de geração hidráulica (61,1%), 10.628 MW de geração térmica (10,5%), 9.276 MW de geração eólica (9,2%), 8.506 MW de geração solar centralizada (8,4%) e 10.898 MW de geração solar proveniente de micro e mini geração distribuída – MMGD (10,8%). A principal razão para este comportamento da carga é a significativa elevação de temperatura verificada em grande parte do Brasil.

Gráfico da ONS mostra o aumento da carga total do sistema em tempo real no site: ons.org.br

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Além do recorde no Sistema Interligado Nacional, o subsistema Sudeste/Centro-Oeste também atingiu novo patamar máximo de carga, superando, pela primeira vez, o marco de 60.000 MW: às 14:35, a carga do Sudeste/Centro-Oeste chegou a 60.502 MW. O maior valor de carga para o subsistema era de 57.791 MW, ocorrido às 14:30 do dia 26/09/2023.
Subsistemas Norte e Sudeste/Centro-Oeste devem apresentar avanços de 15,6% e 12,1%.

ONS indica aumento do consumo de energia

O boletim do Programa Mensal de Operação (PMO) de 11 a 17 de novembro apresenta um cenário de aumento nas demandas de carga no Sistema Interligado Nacional (SIN) e nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Norte, em relação à última revisão. O SIN tem projeção de avanço de 11% (79.781 MWmed). O Norte é o submercado com possibilidade de avanço mais significativo, 15,6% (7.752 MWmed), seguido pelo Sudeste/Centro-Oeste, 12,1% (45.513 MWmed), Nordeste, com 11,6% (13.407 MWmed), e pelo Sul, com 4,4% (13.109 MWmed). Para a próxima semana operativa, as previsões são de elevação nas temperaturas médias em grande parte do país, condição que tem impacto na carga. Os percentuais comparam os resultados estimados para final de novembro de 2023, ante mesmo período do ano passado.

As perspectivas para a Energia Natural Afluente (ENA) apontam para um volume de precipitação muito elevado na região Sul: 437% da Média de Longo Termo (MLT), ante 384% da MLT divulgados na última revisão. O Sudeste/Centro-Oeste deve encerrar o mês com a ENA em 88% da Média de Longo de Termo (MLT). As indicações das regiões Norte e Nordeste são de 52% e 43% da MLT respectivamente.

As projeções para a Energia Armazenada (EAR) se mantêm estáveis e segue a possibilidade de dois subsistemas encerrarem novembro acima de 60%: o Sudeste/Centro-Oeste, com 66,3%, e o Sul, com 97,1%. Para o Nordeste e Norte, as indicações de EAR são de 49,2% e 46,2%. Se o previsto para o Sudeste/Centro-Oeste se confirmar o índice será 19,8 p.p. superior a novembro de 2022 e o melhor resultado para o mês desde 2009 (67,3%). O Custo Marginal de Operação (CMO) se mantém zerado em todos os subsistemas ao longo de 2023.

Balanço indica expansão acumulada de 2,7% em 12 meses

A carga de energia do Sistema Interligado Nacional (SIN) verificada em setembro de 2023 foi de 76.256 MWmédios, um crescimento de 7,3% ante o mesmo período de 2022. Os resultados estão no Boletim de Carga Mensal do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

No acumulado do último ano no SIN registrou expansão de 2,7%, se comparado com setembro do ano passado. As informações consideram os dados da Micro e Mini Geração Distribuída (MMGD), que foram incorporados a partir do relatório de maio.

A análise por subsistema indica que todos eles apresentaram avanço na carga. O patamar mais expressivo foi o da região Norte, 10,1% (7.673 MWmed), seguido pelo Sudeste/Centro-Oeste, com 8,0% (43.541 MWmed). Os subsistemas Sul e Nordeste registraram avanço de 5,5% (12.618 MWmed) e 4,8% (12.425 MWmed), respectivamente. Os dados também consideram o período de setembro de 2023 ante o mesmo mês do ano anterior.

No acumulado dos últimos 12 meses, todas as regiões registraram expansão: Norte (12,0%), Nordeste (3,1%), Sul (1,6%) e Sudeste/Centro-Oeste (1,5%).

Os resultados da carga são impactados por diferentes fatores. O mês de setembro registrou temperaturas elevadas, acima da média do período, e baixos totais de precipitação. Essa combinação levou a aumento do uso de aparelhos de refrigeração. Além disso, os fatores econômicos também têm influência sobre a dinâmica da carga. (Com informações do ONS)

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