Magazine Luiza terá de explicar erro contábil de R$ 829,5 milhões
Consultoria EY pede procedimentos adicionais para concluir sobre adequação dos valores decorrentes da correção de erros no balanço
16/11/2023
Terceiro trimestre deste ano foi o melhor em relação à rentabilidade de lojas físicas e de venda on-line de estoques próprios do Magazine Luiza | Foto: Getty Images
O balanço de terceiro trimestre do Magazine Luiza recebeu ressalva da auditoria externa que avaliou os documentos da empresa, em decorrência dos erros contábeis de R$ 829,5 milhões divulgados na noite de segunda-feira (13), juntamente com os resultados do 3º trimestre. O contador Alexandre Rubio, da Ernst & Young (EY), escreve no parecer que será necessária a realização de procedimentos adicionais e extensivos de auditoria para concluir sobre a adequação dos valores decorrentes da correção de erros. A CVM abriu processo administrativo na terça-feira (14) para apurar a ressalva feita por auditoria externa sobre o balanço do 3º trimestre do Magazine Luiza. Nos últimos anos, o lucro foi inflado em R$ 830 milhões – que, agora, serão tirados do patrimônio líquido, informa o Valor Econômico.
Isso acontecerá para cumprir a suficiência das divulgações relativas ao terceiro e quarto trimestres de 2022, que não foram executados pela EY, além de saldos de abertura no início de 2022 a serem conduzidos
por outros auditores independentes. A auditoria nota que os erros nos registros contábeis de transações relacionadas a acordos comerciais com certos fornecedores resultou na reapresentação dos saldos de abertura em 1º de janeiro de 2022 e dos balanços patrimoniais daquele ano.
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A divulgação causou modificações no patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o período de nove meses encerrado em setembro de 2022, apresentados para fins de comparação, os quais foram por
auditados e revisados pela EY.
Ao divulgar os resultados, o Magazine Luiza afirmou que está reforçando os estoques para atender a demanda da Black Friday, considerando os problemas logísticos na região Norte em meio à seca histórica na Amazônia. De acordo com executivos, o período de promoções da Black Friday deve ter um desempenho robusto de vendas.
Além disso, a companhia espera uma recomposição de renda da população nos próximos meses, considerando a desaceleração da inflação e o início do ciclo de cortes de juros.
Na avaliação do Magazine Luiza, o setor de eletroeletrônicos passou recentemente por um período cíclico de menores vendas, apesar da antecipação de parte das compras de eletrodomésticos durante a pandemia.
A categoria de televisões, porém, pode contar com um cenário desafiador considerando a realização da Copa do Mundo de 2022 — o que pode ter antecipado parte das compras e criado uma base de comparação difícil para este ano.
De acordo com os executivos da empresa, o terceiro trimestre deste ano foi o melhor do ano em relação à rentabilidade de lojas físicas e de venda on-line de estoques próprios. A companhia promoveu nessa segunda-feira (14) teleconferência de resultados do terceiro tri.
Magazine Luiza quer amplia vendas online na Black Friday
Uma das vias de crescimento de vendas para o Magazine Luiza deve ser o comércio eletrônico, após a companhia reportar queda de 2,6% nas vendas on-line de seu estoque próprio — a chamada operação 1P.
“Queda em comércio eletrônico tem a ver com fatores macroeconômicos. Melhorando macro, o e-commerce melhora”, afirmou o diretor financeiro da companhia, Roberto Bellissimo.
A companhia aponta que o marketplace — operações 3P — também deve contribuir para a alta de vendas, além da expansão de margens, ao operar “sem subsídios malucos de dois ou três anos atrás” concedidos pela companhia.
A empresa planeja ampliar os patamares de monetização do ambiente on-line com a ferramenta Magalu Ads, de publicidade on-line, que está sendo expandida para a loja de esportes Netshoes e deve estar presente em todas as empresas da companhia, incluindo Época Cosméticos.
O e-commerce de beleza, segundo a companhia, está com “resultado super positivo” no quarto trimestre deste ano, após registar lucro no terceiro trimestre.
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