Ações de bancos pressionam Ibovespa após corte da taxa Selic
Ações de grandes bancos tiveram dia negativo e Bolsa fecha em queda de 0,23% aos 120,58 mil pontos no dia seguinte à queda da taxa Selic; dólar sobe a R$ 4,89
03/08/2023Vindo de duas leves perdas na abertura do mês, o Ibovespa ensaiou, até perto do fim da tarde desta quinta-feira, 3, um dia de recuperação moderada após o Comitê de Política Monetária (Copom) reduzir a taxa Selic em meio ponto porcentual. A correção mais visível nos ativos brasileiros nesta quinta-feira ocorreu na ponta curta da curva de juros, com a decisão de Minerva do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em favor dos diretores que optaram por um corte inicial mais agressivo da taxa de juros de referência – sinalizando outra redução de meio ponto no próximo Copom.
Perto do fim do pregão, contudo, o Ibovespa devolveu os leves ganhos vistos mais cedo e se firmou no negativo, em baixa de 0,23%, aos 120.585,77 pontos, com mínima intradia a 120.365,38 pontos. Na abertura, marcava 120.859,46 pontos e, no melhor momento, chegou aos 122.619,14 pontos.
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O giro financeiro subiu a R$ 27,2 bilhões. Na semana, o Ibovespa ainda avança 0,33%, mas em agosto, com perdas acumuladas nas três primeiras sessões do mês, recua 1,11%, moderando o ganho do ano a 9,89%.
Na B3, as ações de grandes bancos, que mais cedo operavam sem sinal único, firmaram-se no campo negativo perto do fim do dia, em variações mais visíveis do que as observadas até o meio da tarde. E mesmo com a redução da Selic, as ações expostas a demanda e preços formados no exterior, como as de commodities, andaram à frente dos papéis com exposição ao ciclo doméstico, como os de consumo – por sinal, o ICON fechou o dia em baixa de 1,05%, enquanto o índice de materiais básicos (IMAT) subiu 1,01%.
Apesar da alta superior a 2% para os preços do petróleo na sessão, Petrobras (ON +1,42%, PN +1,28%) e Vale (ON +0,63%) apararam ganhos do meio para o fim da etapa vespertina, incapazes de carregar o índice da B3 em tarde bem negativa para as ações do setor financeiro, as de maior peso conjunto sobre o Ibovespa. Na ponta da carteira, Dexco (+5,27%), Prio (+4,22%), Suzano (+3,65%), Minerva (+2,93%) e Cyrela (+2,78%). No lado oposto, Via (-8,65%), Méliuz (-6,24%), Alpargatas (-5,26%), Eletrobras (ON -5,15%, PNB -4,89%) e Magazine Luiza (-5,11%).
Para os bancos, o dia chegou a se mostrar tão dividido quanto a decisão do Copom, mas o sinal que predominou no fechamento foi o negativo, com perdas que chegaram a 1,01% (Bradesco ON) – exceção, entre as maiores instituições, para Banco do Brasil (ON +0,17%). “As ações de bancos não foram bem na sessão com a ambivalência na curva de juros – os juros mais curtos caindo e os mais longos subindo”, depois do Copom da noite anterior, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
Dólar fecha em alta cotado a R$ 4,89
O dólar à vista encerrou a sessão desta quinta-feira, 3, em alta firme e tocou o nível de R$ 4,90 na máxima, sob impacto da decisão do Copom e de um movimento de realização de lucros com moedas latino-americanas em meio ao avanço das taxas dos Treasuries longos.
Após oscilar na faixa entre R$ 4,88 e R$ 4,89 ao longo da tarde, o dólar à vista acelerou na reta final e, com máxima a R$ 4,9002, terminou o dia em alta de 1,94%, cotado a R$ 4,8987 – maior valor de fechamento desde 6 de julho (R$ 4,9299). Nas três primeiras sessões de agosto, a moeda apresenta valorização de 3,58%, após ter encerrado julho com queda de 1,25%. (AE)