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Selic em queda impulsiona renda variável e Bolsa pode subir 30% em 12 meses

Renda variável tende a ganhar espaço com o afrouxamento dos juros a partir de agora, após o primeiro corte da taxa Selic

Taxa Selic vai cair

Para aproveitar a tendência de alta na Bolsa, a recomendação é diversificar as aplicações em renda variável pensando no longo prazo, sugere especialista do Safra | Foto: Getty Images

O Comitê de Política Monetária (Copom) iniciou o esperado corte da taxa básica de juros, a taxa Selic. A taxa estava fixada há seis meses em 13,75% ao ano, o maior patamar desde dezembro de 2016, e foi reduzida inicialmente para 13,25%.

A queda dos indicadores de inflação permite novos cortes na taxa Selic, que devem ser anunciados nas próximas reuniões do Copom, a cada 45 dias. O início do afrouxamento monetário a partir de agora deve intensificar a valorização das ações, acelerando a entrada de capital estrangeiro na Bolsa brasileira. Segundo avaliação do Banco Safra, se a taxa Selic cair para 9%, a Bolsa tem um potencial de valorização de 30% mais ou menos em 12 meses.

Projetos importantes avançaram no Congresso, como a reforma tributária, o real se valorizou frente ao dólar e agências de risco melhoraram a nota de crédito do Brasil. O Banco Safra saiu na frente com uma projeção de queda maior dos juros na reunião de hoje, de 0,50 ponto porcentual. Segundo a pesquisa do Projeções Broadcast, 62 instituições financeiras esperam recuo de 0,25 ponto, de 13,75% para 13,5%, e 26 projetam baixa de 0,5 ponto, para 13,25%, como espera o governo.

Desde abril, com a proximidades da queda dos juros, a Bolsa voltou a subir, com o “fechamento” da curva de juros futuros. As ações mais favorecidas são justamente as que se desvalorizaram com os juros altos: small caps, tecnologia, incorporadoras e varejo, entre outras.

O Ibovespa teve melhor desempenho no primeiro semestre em três anos. O índice avançou 7,61%, aos 118.087 pontos. Junho foi o melhor mês do ano até agora, com ganhos de 9%. Em julho, o índice da Bolsa brasileira avançou mais 3,27%. O ciclo de afrouxamento monetário que está começando deve garantir que a Bolsa continue a se valorizar, acelerando a entrada de capital estrangeiro no País.

Saiba mais

Em agosto de 2022, a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulava 8,73% em 12 meses. Em junho passado, o índice apontou deflação mensal de 0,08%, e a taxa acumulada em 12 meses caiu a 3,16% – abaixo da meta de inflação do Banco Central, de 3,25% para 2023.

Corte da taxa Selic muda cenário para investimentos

A Selic de 13,75% ao ano estimulou investimentos em renda fixa, que garantiram retorno de mais de 1% ao mês em títulos do Tesouro Direto, um dos investimentos mais seguros do mercado. O juro alto também estimulou o mercado de crédito corporativo, e muitas empresas emitiram títulos de dívidas para levantar recursos com taxas atrativas para os investidores.

Na renda variável, ações e fundos imobiliários registraram desvalorização com os juros cada vez mais altos. O encarecimento do dinheiro também afetou ações, especialmente as de empresas de varejo e construção, mais afetadas pelos juros.

Para aproveitar a tendência, a recomendação é diversificar as aplicações em renda variável pensando no longo prazo, explica a especialista Fávia Gaspar, do Safra. “Quem se posicionou a tempo já aproveitou a alta da Bolsa nos últimos três meses, mas ainda existem muitas oportunidades para aproveitar a valorização que vem pela frente, com a redução dos juros”, explica ela.

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