Bolsa tem oportunidades de ganhos de 30% em 12 meses com corte da Selic
Cenário de queda da taxa Selic a partir de agosto traz oportunidades em renda variável para aproveitar a esperada valorização das ações no médio prazo
07/07/2023Os estrategistas de investimento do banco Safra estão prevendo uma valorização de até 30% nas ações negociadas na Bolsa de Valores brasileira nos próximos 12 meses. O banco vem trocando investimentos em produtos atrelados ao CDI para aumentar a exposição a ações, segundo análise apresentada por Joaquim Levy, diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Banco Safra, e pelo estrategista de investimentos Rodrigo Santin.
Levy e Santin comentam a estratégia do banco em vídeo onde apresentam o Safra Report, relatório mensal de investimentos do banco. O vídeo está disponível no canal do Banco Safra no Youtube.
“O CDI virou hoje a empada fria dos investimentos, ou seja, um produto que ninguém mais tem interesse, comenta Rodrigo Santin. Segundo ele, a Bolsa ainda não reflete a tendência de queda dos juros, que o consenso do mercado espera para agosto.
“Se a taxa básica de juros (Selic) cair para 9%, a Bolsa tem um potencial de valorização de 30% mais ou menos em 12 meses, por isso estamos muito otimistas com o investimento em renda variável na Bolsa Brasil”, comenta ele, destacando que o Safra vem aumentando a exposição à Bolsa nos portfólios recomendados.
Nos últimos 12 meses, segundo ele, a Bolsa já apresenta valorização que chega a 20%, possibilitando bons ganhos em alguns dos fundos de investimento distribuídos pelo Banco Safra. “O momento é de aproveitar esse potenciam que vem pela frente, dadas as condições do mercado e o cenário de queda de inflação e juros no Brasil”, comenta Santin. Ele destaca que a Bolsa é um investimento de longo prazo, e o ciclo de corte de juros que começa em agosto deve se estender pelos próximos 12 meses pelo menos.
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Ao comentar os investimentos recomendados no Safra Report, Joaquim Levy avalia o cenário de esfriamento da inflação mundial, ainda com possibilidade de novas altas de juros na Europa e Estados Unidos. “Há indicadores claros de que a economia americana está desacelerando, mesmo no setor de serviços, mas a inflação não vai cair imediatamente, pois a economia se acomoda aos poucos”, comenta Levy.
“Os bancos médios e pequenos continuam sob muita pressão, com exposição muito grande ao setor imobiliário comercial”, acrescenta ele, citando que existem muitos imóveis sendo devolvidos por causa da alta dos aluguéis e redução do trabalho presencial após a pandemia.
Segundo ele, os bancos estão mais cuidadosos na concessão de crédito, com nível de aperto típico de recessão, o que vai ajudar a desacelerar a economia. “O mercado já começa a aceitar que a política monetária nos Estados Unidos será de paciência e parcimônia, com corte dos juros só para meados de entre março e junho de 2024”.
Na Europa os preços da energia caíram e a inflação do segundo semestre deve cair um pouco, ainda concentrada em serviços. Mas os juro real ainda é negativo na Europa, indicando que há espaço para novas altas, comenta Levy.
Ele avalia que o ano de 2024 deve ter crescimento mais lento. mas sem contração excessiva. A economia e a situação das bolsas nos Estados Unidos devem piorar mais um pouco antes de melhorar, mas as notícias são encorajadoras para o Brasil, afirma.
Momento de aproveitar oportunidades na Bolsa
Rodrigo Santin acrescenta que o mercado espera juros altos por mais tempo, e isso permite aproveitar aos investidores aproveitar a oportunidades para adicionar mais títulos da dívida americana de altíssima qualidade de crédito, por prazos de três a cinco anos. As taxas dos juros dos bonds subiram. “Como os riscos estão se acumulando, se a gente caminhar para um cenário pior, quem estiver aplicado em taxas altas vai ganhar mais”, comenta.
Ele destaca, porém, que no mercado de ações nos Estados Unidos, o ideal é investir com mecanismos de proteção, pois o custo adicional é baixo no atual momento e garante segurança contra perdas em caso de mudança do cenário.