close

Ibovespa emenda 8ª perda diária e acumula queda de 2,95% em agosto

Bolsa mostrou recuperação até o fim da tarde, quando voltou a ficar no negativo até fechar aos 118,3 mil pontos

Ibovespa

Apesar da sequência de quedas em agosto, no ano o Ibovespa avança 7,85%. | Foto: Getty Images

O Ibovespa fechou novamente no negativo pelo oitavo pregão seguido. O índice estava em leve alta até as 16h30, mas passou a testar baixa em direção ao fechamento, encerrando o dia em queda de 0,05%, aos 118.349,60 pontos. Com giro financeiro a R$ 23,7 bilhões na sessão, o Ibovespa acumula perda de 2,95% no mês, cedendo 0,97% na semana – no ano, o índice avança 7,85%. Apesar da série negativa acumulada neste primeiro terço de agosto, o Ibovespa não se distanciou muito de níveis recentes, com o fechamento desta quinta-feira ainda correspondendo ao menor patamar desde 20 de julho, então aos 118.082,90 pontos.

Nos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI) teve alta de 0,2% em julho, na margem, leitura que veio em linha com o consenso de mercado. Em 12 meses, o índice acumula alta de 3,2%, levemente acima do mês anterior. Mesmo antes da divulgação do dado sobre os preços ao consumidor nos Estados Unidos, o índice VIX, uma métrica de volatilidade com base em opções sobre o S&P 500, considerada como um termômetro do medo em Wall Street, mostrava abrandamento desde cedo, em queda então de cerca de 1%, mostrando propensão dos investidores a risco na sessão.

Saiba mais

Com a moderação da percepção de risco desde o exterior, na B3 o desempenho do dia era puxado pelas ações de grandes bancos – que costumam estar entre as preferidas do investidor estrangeiro, assim como as de commodities -, cujo desempenho negativo no mês tem excedido, em geral, o próprio recuo do Ibovespa, com perdas que chegam a superar 6% em agosto, no caso das ações do Bradesco (ON -6,47%, PN -7,09% no intervalo).

Maiores altas e baixas do Ibovespa nesta quinta-feira

Nesta quinta, além de Bradesco (ON +1,09%, PN +0,85%), destaque também para Itaú, embora também muito moderado perto do fechamento (PN +0,33%), enquanto Banco do Brasil (ON) subiu 0,51%, após balanço trimestral divulgado na noite de na quarta.

À exceção de Vale (ON -1,18%) – enfraquecida por temores quanto à demanda chinesa por matérias-primas, em meio à tibieza da atividade econômica por lá -, o dia vinha sendo de estabilização para o setor de commodities, mas o IMAT também refugou no fechamento (sem variação). Devolvendo os ganhos vistos mais cedo, as ações da Petrobras encerraram nesta quinta sem sinal único, com a ON em leve baixa de 0,03% e a PN ainda em alta de 0,56%.

Na ponta do Ibovespa, destaque para Azul (+9,83%), após os resultados trimestrais, à frente de Braskem (+6,84%), Gol (+6,27%) e Hapvida (+6,05%) na sessão. No lado oposto, Soma (-7,68%), 3R Petroleum (-4,96%), Rede D’Or (-4,92%) e Magazine Luiza (-4,04%). As ações correlacionadas ao ciclo doméstico, como as de consumo, também perderam força no fim, mas conseguiram fechar um pouco acima da estabilidade, em alta de 0,04% para o ICON.

Nesta quinta, a tonelada do minério de ferro negociada em Dalian, China, voltou a fechar abaixo de US$ 100, cotada a US$ 99,09, em retração de 0,49% para o contrato da commodity mais líquido – o dia também foi de ajuste para os preços do petróleo Brent e WTI, ambos em baixa superior a 1% em Londres e Nova York.

Em audiência pública nesta quinta-feira no Senado, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o BC monitora a dinâmica de preços na China, país que em julho registrou sua primeira deflação desde 2021, o que resultou, na quarta-feira, em aversão a risco nos mercados globais. “A deflação na China gerou grande preocupação no mundo. Se for um processo contínuo, vai assustar muito, em termos de países que negociam com a China”, afirmou Campos Neto.

Dólar fecha em queda cotado a R$ 4,84

Após furar o piso de R$ 4,85 pela manhã e registrar mínima a R$ 4,8418 (-1,29%) em meio ao alívio com a leitura benigna da inflação ao consumidor nos EUA em julho, o dólar à vista moderou bastante o ritmo de baixa ao longo da tarde e encerrou a sessão desta quinta-feira, 10, cotado a R$ 4,8821, em queda de 0,47%. Foi o primeiro recuo da moeda norte-americana no mercado doméstico nos últimos quatro pregões. Em agosto, a divisa acumula ganhos de 3,23%.

A perda de fôlego do real veio na esteira de uma arrancada das taxas dos Treasuries de 10 e 30 anos, que renovaram máximas à tarde. Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, em especial euro e iene, o índice DXY também bateu máxima na segunda etapa de negócios, aos 102,784 pontos.

Divisas de países desenvolvidos exportadores de commodities que se fortaleciam pela manhã, como o dólar australiano e neozelandês, passaram a apresentar perdas à tarde. As principais moedas emergentes pares do real, como os pesos mexicano e chileno e o rand sul-africano se mantiveram no azul, mas reduziram os ganhos em relação ao dólar.

O Banco Central do México (Banxico) anunciou manutenção da taxa básica de juros do país em 11,25% ao ano. O indicador mais relevante do dia e principal indutor dos negócios foi o CPI de julho nos EUA. Houve alta de 0,2% tanto do índice cheio quanto do núcleo, que exclui preços mais voláteis como energia e alimentos. Pela manhã, sob o impacto da divulgação do CPI, as chances de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mantenha a taxa básica na faixa entre 5,25% e 5,50% em setembro (dias 19 e 20) chegaram a ultrapassar 90%, segundo ferramenta do CME Group. (AE)

Abra sua conta no Banco Safra.

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra