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Eletrobras abre caminho para dias melhores, após período de penitência

Safra estima que as iniciativas de redução de custos podem aumentar o EBITDA em 7,0%, 9,8% e 12,9% em 2024, 2025 e 2026

Eletrobras

O Safra atualizou as estimativas para Eletrobras, e introduziu um novo preço-alvo de 12 meses | Foto: Getty images

O Banco Safra informa que as ações da Eletrobras (ELET3/ELET6) estão começando a abrir caminho para dias melhores, após um ano de “penitência” após a privatização.

O Safra atualizou as estimativas para Eletrobras, e introduziu um novo preço-alvo de 12 meses. A ELET3 passa de 53,80 para 47,50, e ELET6 de R$ 55,30 para R$ 53,10, rendendo upside de 30,5% e 29,1%, o que justifica nossa classificação de compra, segundo o banco.

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Com os preços atuais das ações, o Safra prefere ELET3 a ELET6, com base no cálculo de spread justo versus índice atual (R$ 5,60 ou 11,8%).

Um ano após a privatização, os preços das ações tiveram desempenho inferior aos seus pares e ao Ibovespa. Durante este período, o mercado precificou amplamente riscos importantes para a tese de investimento, como preços de energia mais baixos, potencial baixa de Angra III e riscos relacionados à contestação do governo às regras estatutárias de limitação de votos.

A análise conservadora-otimista do Safra sugere que os preços atuais implicam um cenário mais pessimista, deixando espaço limitado para riscos negativos.

O banco incorporou alguns desses riscos ao modelo e, no entanto, vê a empresa negociando com uma TIR real implícita de 12,9% ou 5,2x EV/EBITDA 2024, com desconto excessivo em relação aos pares negociando na média.

Safra vê Eletrobras abrindo caminho para dias melhores

Além do valuation descontado, o Safra acredita que os recentes anúncios relacionados a iniciativas de corte de custos ainda não foram totalmente incorporados nas estimativas de mercado.

A empresa anunciou novas metas de redução de custos e novos movimentos para reduzir as provisões de empréstimos compulsórios (redução de R$ 3,0 bilhões em contas a pagar em fase de conclusão).

O Safra estima um potencial de redução dos custos operacionais anuais em aprox. R$ 7 bilhões até 2026. A empresa continua a iniciativa de desinvestir em ativos não essenciais e focar mais em ativos renováveis e redes, melhorando a alocação de capital.

Por fim, a administração implementou uma nova metodologia de remuneração variável que deve alinhar os novos executivos com os objetivos de longo prazo da empresa (incluindo as iniciativas de custos e gestão de passivos nas metas).

O Safra estima que as iniciativas de redução de custos podem aumentar o EBITDA em 7,0%, 9,8% e 12,9% em 2024, 2025 e 2026, respectivamente.

Riscos de preço para as novas iniciativas comerciais

Atualmente, a Eletrobras tem 37% de sua carteira de energia ainda não contratada em 2024, 56% em 2025 e 66% em 2026. Atualmente, a empresa está trabalhando para reduzir sua exposição no mercado spot após a criação recente de uma nova unidade de comercialização, que será responsável para consolidar a estratégia comercial do grupo.

Considerando o risco de possivelmente ainda levar algum tempo para finalmente vender a energia a níveis de preço mais razoáveis, o Safra já incorporou preços de energia mais baixos nos modelos – e, ainda assim, ainda vê um upside interessante para a empresa.

A preços atuais de mercado, o Safra acredita que os preços de energia implícitos no fluxo de caixa estariam próximos a R$ 100 / MWh, mostrando assim que grande parte do potencial de queda relacionado aos preços de mercado já está precificado.

Desalavancagem abre possibilidades à frente

O Safra vê a empresa gerando um rendimento médio de fluxo de caixa de 10,5% e, como resultado, desalavancando rapidamente. Consequentemente, o banco espera que a Eletrobras aumente o índice de payout (dos atuais 25% para pelo menos 50% até 2025) e provavelmente continue participando dos próximos leilões de transmissão.

Novos investimentos não prejudicariam um possível melhor fluxo de dividendos (que pode atingir yield de 3,2%, 6,8% e 12,6% em 2023, 2024 e 2025, respectivamente).

Riscos potenciais para a tese do Safra: (i) Desempenho inferior da execução do plano de corte de custos; (ii) um ritmo diferente para a redução dos passivos de empréstimos compulsórios; (iii) riscos de ruído regulatório e político; (iv) descontinuação da construção de Angra 3; (v) estratégia ineficaz de comercialização de energia e potencial exposição a preços mantendo a tendência de baixa.

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