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Ibovespa começa outubro com queda de 1,29%; dólar segue em alta

Com feriado na China, ações da Petrobras e da Vale caíram e derrubaram o Ibovespa, que fechou em 115 mil pontos; dólar sobe 0,79% a R$ 5,06

Ibovespa e dólar

O dólar à vista subiu 0,79%, e fechou cotado a R$ 5,0667, enquanto a Bolsa caiu no primeiro pregão de outubro | Foto: Getty Images

Vindo de três ganhos no fechamento do mês anterior, o Ibovespa iniciou outubro pressionado pela aversão a risco global, que resultou em forte avanço dos rendimentos dos Treasuries nesta abertura de semana. Assim, o índice da B3 encerrou o dia bem mais perto da mínima (114.761,10) do que da máxima (116.672,30) da sessão, saindo de abertura aos 116.565,17 pontos. Ao fim, mostrava queda de 1,29%, a 115.056,86, com giro fraco, a R$ 15,8 bilhões. No ano, o índice sobe 4,85%.

O dólar à vista subiu 0,79%, e fechou cotado a R$ 5,0667. Ainda no começo da tarde, os juros dos Treasuries ampliavam alta, levando os rendimentos da T-note de 10 anos ao maior nível em 16 anos e os do T-bond de 30 anos a tocar recorde de 13 anos. Nesse contexto de aversão a risco, as ações de maior peso e liquidez operaram em sentido único, negativo.

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A deterioração do Ibovespa, do meio para o fim da tarde, seguiu a acentuação de perdas em Petrobras ON e PN, então nas respectivas mínimas do dia, acompanhando o Brent em queda perto de 2% na sessão, no piso do dia para o barril. No fechamento, Petrobras ON mostrava baixa de 1,90% e a PN, de 1,50%

Assim, o Ibovespa, após ter encerrado a sexta-feira aos 116,5 mil pontos, retrocedeu hoje, durante a sessão mas não no fechamento, aos níveis de terça e quarta-feira passadas, quando havia terminado nos menores patamares desde o começo de junho.

Destaques do dia no Ibovespa

Sem negócios na China em razão do feriado da “Semana Dourada” e, dessa forma, sem referência de preços para o minério nesse intervalo, o dia na B3 foi negativo também para o setor metálico, com Vale ON em baixa de 0,87% – e que inclui a siderurgia (Gerdau PN -1,45%, CSN ON -0,99%). A sessão foi ruim para o segmento de maior peso no índice, o financeiro, com destaque, entre os grandes bancos, para Bradesco (ON -1,58%, PN -1,40%).

Na ponta perdedora do Ibovespa nesta segunda-feira, Vamos (-8,41%), MRV (-6,56%) e Azul (-6,15%), com Fleury (+3,37%), BB Seguridade (+2,34%), BRF (+2,06%) e Minerva (+1,73%) na fila oposta, em que 13 papéis, dos 86 que constituem a carteira Ibovespa, conseguiram evitar perdas na sessão.

Na agenda doméstica, destaque nesta segunda-feira para os números do Caged, sobre a geração de vagas de trabalho, que “surpreendeu positivamente” em agosto, acima do teto das expectativas para o mês, aponta Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

Dólar segue em alta

O dólar à vista abriu a semana em alta firme no mercado doméstico de câmbio, em mais um dia marcado por avanço das taxas dos Treasuries e fortalecimento da moeda americana no exterior. Leituras acima do esperado de índices gerente de compras (PMIs) industriais nos Estados Unidos em setembro levaram a aumento das chances de nova alta da taxa básica do país pelo Federal Reserve neste ano, reforçando o cenário de juros elevados por período prolongado nos EUA.

Forte em todo o mundo, o dólar já abriu em alta por aqui e superou rapidamente o nível de R$ 5,05. No início da tarde, em sintonia com avanço das taxas da T-note de 10 e 30 anos, atingiu o pico da sessão a R$ 5,0805. Ao fim do pregão, a moeda subia 0,79%, negociada a R$ 5,0667, ainda nos maiores níveis desde 31 de maio. Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para novembro teve giro expressivo para uma segunda-feira, movimentando mais de US$ 14 bilhões.

O real, que costuma sofrer mais em episódios de estresse no exterior por ser mais líquido, desta vez não liderou as perdas entre divisas emergentes e de países exportadores de commodities. Entre pares latino-americanos, o peso colombiano apresentava, no fim da tarde, queda superior a 2%, ao passo que o peso mexicano perdia cerca de 1,5%. (AE)

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