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Ibovespa interrompe sequência de quedas e sobe 1,05%

Com resultado do IPCA-15 melhor que o esperado, Bolsa fecha em 109,3 mil pontos e dólar desacelera, após superar os R$ 5

mercado financeiro

IPCA15, que apesar de ser a maior em 27 anos, veio menor do que o mercado esperava e isso impulsiona o Ibovespa | Foto: Getty Images

A prévia da inflação veio abaixo do esperado pelo mercado, embora seja a maior em 27 anos. Com isso, a Bolsa brasileira recuperou parte das perdas da sessão de ontem, quebrando a sequência de quedas dos últimos sete pregões. O dólar, que abriu em alta e chegou a superar os R$ 5, inverteu a tendência e fechou em baixa nesta quarta-feira.

O Ibovespa, principal índice da B3, subiu mais de 1% e tenta se firmar nos 109 mil pontos. O índice fechou em alta de 1,05%, a 109.349 pontos.

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Segundo Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, o mercado esperava um número em torno de 1,86% e a prévia da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) veio em 1,73%.

Isso, conforme Oliveira, ajudou a acalmar os ânimos e dar espaço para o discurso do Banco Central de um só aumento de 1 ponto percentual na taxa de juros este ano.

“O número dá a esperança de que a inflação está no seu pico e o começa a se recuperar, mesmo com o cenário instável no mundo”, disse Oliveira.

Segundo ele, o IPCA tinha acelerado em março para 1,62%, o maior patamar desde 1994, o que gerou ansiedade no mercado em relação à Selic. “Com o IPCA-15 vindo um pouco melhor, começa a dar um respiro de que estamos perto do fim do ciclo de alta de juros.”

Inflação menor que a esperada no IPCA-15 traz recuperação ao Ibovespa

O IPCA-15 acelerou para 1,73%, 0,78 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de março (0,95%). Essa é a maior diferença mensal do indicador desde fevereiro de 2003 (2,19%) e também a maior variação para o mês desde 1995, quando o índice foi de 1,95%.

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,31% e, em 12 meses, de 12,03%, acima dos 10,79% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2021, a taxa foi de 0,60%.

Além do ambiente interno com menos aversão ao risco, o mercado também monitora o cenário internacional. A China deve impulsionar a economia com uma nova onda de investimentos em infraestrutura. Isso faz com que as ações de empresas ligadas às commodities, como Vale e as siderúrgicas tenham um desempenho melhor nesta sessão.

Os papeis da Vale, por exemplo, subiram 4,94% e ficaram entre as maiores altas do Ibovespa. CSN tem valorização de 5,33% e a Gerdau e a Metalúrgica Gerdau apresentam alta de 5,56% e 4,80%. Outra ação que fechou em alta foi a da WEG. Depois de um bom resultado financeiro no primeiro trimestre a empresa subiu 5,90%.

Oliveira ressaltou, no entanto, que o que está na contramão do momento positivo do mercado é o dólar. A moeda americana, que nesta sessão chegou a superar os R$ 5, foi influenciada pela melhora do ambiente externo inverteu a curva e fechou em queda.

A indicação de que a Europa também deve ser mais austera na condução da política monetária, pois, a guerra não dá sinais trégua, para controlar a inflação no bloco, leva o investidor a ter um olhar mais atento para outros mercados.

A divisa inverteu a tendência positiva e fechou em queda nesta sessão, mas ainda em patamar alto. A moeda americana foi cotada a R$ 4,96 e caiu 0,47%.

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