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Ibovespa acentua queda com dados ruins da economia americana

Preocupações em torno do aperto monetário mais forte nos Estados Unidos afetam índices americanos; reajuste também pressiona Ibovespa

Mercado financeiro

Ibovespa segue o exterior e opera em queda, mas se mantém nos 116 mil pontos | Foto: Getty Images

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, segue o exterior e acelerou as perdas na segunda metade deste pregão. Com isso, o índice cai abaixo dos 116 mil pontos. Por volta das 14h30, o Ibovespa recua 0,89%, a 115.709 pontos.

Segundo Silvio Campos, economista da Tendências Consultoria, as preocupações em torno do aperto monetário mais forte nos Estados Unidos têm afetado os índices americanos e, consequentemente, o Ibovespa.

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“Mais um dirigente do Fed (Federal Reserve) reforçou a aposta de alta de 50 pontos bases (bps) na próxima reunião”, disse Campos. “Nasdaq e o S&P 500 estão em queda já o dólar tem alta disseminada lá fora. Este clima pesa sobre ativos de países emergentes, como o Brasil.”

Atualmente, o intervalo para os juros americanos é de 0,25% a 0,50%. Caso o Fed eleve a taxa em 50 bps, o patamar será de 0,75% a 1%.

Os investidores repercutem, também, a publicação de dados do desemprego e do varejo americano mais fracos do esperado.

O número de novos pedidos de seguro-desemprego ficou em 185 mil, maior do que os 171 mil do consenso, e o varejo subiu 0,5% na base mensal, ante 0,6% esperado. O Dow Jones opera em estabilidade com leve recuo de 0,01% e a Nasdaq cai 1,62%.

Reajuste aos servidores federais também pesa no Ibovespa

Outro fator que pesa sobre o Ibovespa nesta sessão é o risco fiscal no Brasil com o anúncio de reajuste de 5% aos servidores federais, segundo Piter Carvalho, economista da Valor Investimentos.

O governo Bolsonaro, pressionado pelo recrudescimento de greves e paralisações que ameaçam a atividade de diversos órgãos do governo, aprovou esse aumento para todos os servidores públicos federais a partir de julho.

O custo para oferecer esse aumento para todo o funcionalismo será de R$ 6,3 bilhões em 2022 – ano em que o presidente tenta a reeleição.

“O mercado já precifica esse reajuste o que significa um risco fiscal maior”, disse Carvalho. “Além disso, temos a inflação em aceleração o que indica que os juros devem permanecer mais altos no Brasil por mais tempo.”

A taxa básica de juros no Brasil está em 11,75% ao ano e a expectativa do BC é de que ocorra um aumento de até 1 ponto percentual na Selic até o final do ano.

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