Ibovespa segue mau humor externo e recua com aversão ao risco

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em queda nesta segunda-feira, 22, com os investidores aversos ao risco e pressionado pelas ações das empresas ligadas às commodities metálicas. Existe grande expectativa sobre os rumos da política monetária nos Estados Unidos.

A Bolsa recuou 0,89%, aos 110.500 pontos, depois de oscilar entre 109.858 e 111.486 pontos. O volume financeiro girou em R$ 21,95 bilhões.

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Com este resultado desta segunda-feira, o índice acumula ganhos de 7,19% em agosto. No ano, a Bolsa avança 5,48%.

Os índices americanos também fecharam em queda nesta primeira sessão da semana. Dow Jones recuou 1,91%, S&P 500 caiu 2,14% e Nasdaq, 2,95%.

Os mercados fecharam em queda à espera de pistas sobre a elevação dos juros nos Estados Unidos. Nesta semana, ocorrerá o simpósio anual do Federal Reserve (Fed, banco central americano), em Jackson Hole, que começa quinta-feira e terá discurso do seu presidente, Jerome Powell, na sexta-feira.

Segundo o economista, Fabio Louzada, o Ibovespa acompanhou o mau humor externo e acumulou perdas nesta sessão. “Bolsas internacionais já amanheceram de forma negativa devido ao aumento do temor de elevação mais agressiva nos juros dos EUA pelo Fed”, disse. “No fim da semana, teremos o discurso de Powell, que pode ditar os novos rumos do FED nos próximos meses, o que promete mexer com os mercados e gerar forte volatilidade.”

Além disso, as ações ligadas às commodities metálicas fecharam em queda nesta segunda-feira o que pressiona o Ibovespa para o terreno negativo.

A Vale recuou nesta segunda-feira, apesar dos preços do minério de ferro terem se recuperado na China. O governo chinês cortou as taxas de empréstimo de referência para apoiar sua economia. Mas a recuperação dos preços deve durar pouco, já que as perspectivas de demanda permanecem nebulosas.

Na Bolsa de Cingapura, o contrato de minério mais negociado para entrega em setembro subiu 1,1%, para US$ 101,90 a tonelada. O papel da Vale caiu 1,46% nesta sessão.

Os papéis da Petrobras, no entanto, que iniciaram a sessão recuando mais de 2%, inverteram a trajetória e fecharam em forte alta: o PETR4 subiu 2,14% e o PETR3, 1,59%. As ações ganharam força mesmo com a queda dos preços do barril do petróleo. O Brent, o referência mundial, foi cotado a US$ 96,48 uma baixa de 0,25%.