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Ibovespa recua com aumento do temor de recessão mundial

O índice caiu 0,68%, aos 108.376 pontos, depois de oscilar entre 108.120 e 110.161 pontos; o volume financeiro girou em R$ 27 bilhões

Mercado financeiro

Bolsa fechou em queda, contaminada pelo exterior negativo; Copom ratificou juros altos por mais tempo e monitora economia global | Foto: Getty Images

Em dia de prévia da inflação e ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, que tentava recuperar os 110 mil pontos, mudou de rota na segunda metade do pregão com o aumento da aversão ao risco de recessão mundial.

O índice fechou em queda de 0,68%, aos 108.376 pontos, depois de oscilar entre 108.120 e 110.161 pontos. O volume financeiro girou em R$ 27 bilhões. Com o resultado deste pregão, o Ibovespa acumula perda de 1,05% em setembro e no ano sobe 3,39%.

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A Bolsa seguiu os índices americanos que também inverteram a direção e fecharam em queda. Dow Jones recuou 0,42%, S&P 500 perdeu 0,20% e Nasdaq subiu 0,25%.

As bolsas pelo mundo perderam fôlego após declarações de membros do Banco Central Europeu (BCE), incluindo a presidente Christine Lagarde, do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) e do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, que reafirmaram o compromisso de controlarem a inflação.

Powell, durante painel com Lagarde em evento do Banco da França, afirmou que o aperto monetário nos EUA expôs fragilidades no sistema financeiro descentralizado. Já Lagarde defendeu que os bancos centrais precisam se engajar com inovação no campo de moedas digitais.

Em outro evento durante a manhã, o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, disse que a instituição continuará elevando juros nos próximos meses, no entanto, o número e o tamanho dos aumentos depende de dados.

Já o economista do BC do bloco comum, Philip Lane, afirmou que há muitos indicadores de que a economia vai desacelerar na zona do euro, devido à guerra na Ucrânia e dos altos preços de energia. Os preços do gás natural na Europa dispararam nesta terça-feira após a detecção de vazamentos em tubulações do gasoduto Nord Stream utilizados para transportar a commodity da Rússia para a Alemanha.

No Reino Unido, o economista-chefe do BoE, Huw Pill, afirmou que, após o novo pacote fiscal, anunciado na semana passada, a instituição precisa de uma resposta de política monetária significativa.

“Temos consciência de nosso comprometimento em manter a estabilidade de preços”, garantiu, no evento Barclays-CEPR International Monetary Policy Fórum. Pill ainda comentou que acredita que o pacote fiscal vai funcionar como estímulo para a demanda.

Mercado também avalia Ata da última reunião do Copom

Os investidores avaliam a Ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em que o órgão decidiu manter a taxa de juros em 13,75% ao ano, o que indicou o fim do ciclo de aperto monetário que se iniciou em março do ano passado. Os juros, no entanto, devem permanecer altos por mais tempo, segundo sinalizou o Copom.

Segundo a Ata, o Copom vai avaliar se a estratégia de manutenção da taxa Selic por um período “suficientemente prolongado” garantirá a convergência da inflação. Além disso, reforçou o alerta de que “não hesitará” em retomar as altas dos juros básicos caso a desinflação não ocorra como esperado, após lembrar que os passos futuros de política monetária poderão ser ajustados.

 O Copom informou, também, que segue acompanhando os riscos relacionados à desaceleração global e ao aumento da aversão a risco, em um ambiente de inflação no mundo “significativamente pressionada”. 

“O processo de normalização da política monetária nos países avançados prossegue na direção de taxas restritivas de forma sincronizada entre países, impactando as expectativas de crescimento econômico e elevando o risco de movimentos abruptos de reprecificação nos mercados”, avaliou o Copom na ata divulgada nesta terça-feira.

Além disso, os preços em setembro medidos pelo IPCA-15, considerado a prévia da inflação, apresentaram deflação pelo segundo mês consecutivo, (- 0,37%).

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,63% e, em 12 meses, de 7,96%, abaixo dos 9,60% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2021, a taxa foi de 1,14%. De acordo com os dados, apenas três dos nove grupos do IPCA-15 tiveram queda de preços: Transportes (-2,35%), Comunicação (-2,74%) e Alimentação e Bebidas (-0,47%), o que configura uma queda ainda localizada da inflação. (Com AE)

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