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Inflação nos Estados Unidos desacelera e Fed prepara último aumento de juros

Inflação 12 meses desacelerou para 3% e Federal Reserve deve encerrar atual ciclo de alta dos juros com último aumento na quarta-feira, de 0,25 ponto porcentual

Vista de NY

A principal contribuição para a queda da inflação foi a redução do preço do petróleo e derivados, permitindo deflação de 16% no índice de preços de energia no período | Foto: Getty images

A inflação ao consumidor nos Estados Unidos acumulada em doze meses desacelerou de 9,1% em junho do ano passado para 3,0% no mesmo mês deste ano, beneficiada pela normalização das cadeias de produção, pela queda do preço das commodities e pelo ajuste gradual do mercado de trabalho. No atual contexto, o Banco Safra projeta que o Federal Reserve deve anunciar nesta quarta-feira, dia 26, o último aumento de juros no atual ciclo de aperto, levando as taxas para o intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano.

A principal contribuição para a queda da inflação foi a redução do preço do petróleo e derivados, permitindo deflação de 16% no índice de preços de energia no período. Outro fator relevante foi a queda do preço de veículos usados, em 5,2% nos últimos doze meses, após forte alta acumulada de 55% nos dois anos anteriores.

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A normalização das cadeias de produção e da demanda por veículos elevou os estoques nos últimos trimestres, o que, combinada com o aumento do custo de capital, desestimulou novos aumentos de preços e beneficiou o processo desinflacionário. Assim, a inflação anual de bens excluindo commodities passou de 7,0% em junho do ano passado para 1,4% no mesmo mês deste ano.

A inflação de serviços tem apresentado maior resiliência, mas mostrou sinais encorajadores recentemente. Em primeiro lugar, o aluguel imputado possui relação histórica com o preço de imóveis existentes, com ampla defasagem temporal.

A reversão do preço dos imóveis sugere que o arrefecimento recente do aluguel deverá se acentuar nos próximos meses, como indica o Gráfico 4.

Em segundo lugar, a inflação de serviços excluindo aluguel e passagem aérea está gradualmente retornando para o padrão anterior à pandemia, em resposta ao ajuste em curso do mercado de trabalho. A demanda por trabalhadores pelas empresas continua acima da oferta de mão de obra, mas esse excesso diminuiu de 6,1 milhões em março do ano passado para 3,7 milhões em junho desse ano, o que tem colaborado para a redução do ritmo de aumento dos salários.

Último aumento dos juros nos EUA no atual ciclo de aperto

O ritmo de aumento do custo unitário do trabalho continua acima do patamar compatível com a inflação no centro da meta, mas a sua desaceleração nos últimos dois trimestres contribui para a redução da inflação de serviços.

Dessa forma, o processo de redução das pressões de preços já está em curso, o que somado aos efeitos defasados do ciclo de aperto monetário, deverá levar o núcleo do CPI para 2,6% no próximo ano. Nesse ambiente, o Banco Safra projeta que o banco central americano elevará, pela última vez nesse ciclo, a taxa básica de juros para o intervalo entre 5,25% e 5,50% a.a. no final desse mês.

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