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Inflação na China contamina mercados e Bolsa fica abaixo dos 117 mil pontos

Índice segue exterior e fecha em baixa nesta segunda-feira; Vale e Petrobras pesaram no Ibovespa

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No lado interno, o Ibovespa é influenciado pela maior inflação para março desde 1994 | Foto: Getty Images

A alta da inflação ao produtor da China contaminou os mercados globais e afetou o Ibovespa. O índice da Bolsa de Valores de São Paulo se alinhou à aversão a risco que prevaleceu desde a sessão asiática (Hong Kong -3,03%) e se estendeu à de NY (Dow Jones -1,19%, S&P 500 -1,69%, Nasdaq -2,18%), após dados de inflação ao consumidor e ao produtor na China além do esperado para março.

A leitura da inflação chinesa reforça as preocupações globais quanto à escalada de preços. Nos EUA, os juros longos seguiram em alta, para vencimentos de 10 e 30 anos, enquanto os de 2 anos cederam.

Na B3, o Ibovespa fechou a sessão na mínima do dia, em baixa de 1,16%, a 116.952,85 pontos, saindo de máxima a 118.320,39 pontos, da abertura, com giro ainda moderado, a R$ 25,9 bilhões no encerramento. No mês, o índice cede 2,54%, mas acumulando ganho de 11,57% no ano.

O dólar também caiu e fechou cotado a R$ 4,69, um recuo de 0,39%. O índice de preços ao produtor (PPI) da China subiu 8,3% na comparação anual de março, com desaceleração da inflação frente aos 8,8% registrados em fevereiro, informou o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, pela sigla em inglês).

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Embora superior à projeção dos economistas consultados pelo The Wall Street Journal, de 8,0%, o nível foi o mais baixo registrado nos últimos 11 meses. Na comparação mensal, por sua vez, o PPI subiu 1,1% em relação ao aumento de 0,6% em fevereiro.

Já o índice de preços ao consumidor (CPI) aumentou 1,5% na comparação nual de março, aceleração frente aos 0,9% computados em fevereiro. A alta foi superior à prevista pelo mercado, de 1,2%. No critério mensal, o CPI ficou estável (0,0%) em comparação ao avanço de 0,6% em fevereiro.

Com esse desempenho, as ações ligadas às commodities caem no Ibovespa nessa segunda-feira e pesam no Ibovespa. A Vale recuou 1,05% puxada pelo preço do minério de ferro que tem caiu nesta sessão. Os futuros de minério de ferro de referência, para entrega em setembro, caíram 4,6%, para 869 yuans por tonelada, registrando sua maior perda percentual desde 15 de março.

Já o petróleo segue a trajetória de queda da semana passada. O barril do Brent declinou 4,18%, sendo cotado a US$ 98,48. Os papeis da Petrobras, o PETR4, acompanham essa tendência e caíram 0,73%.

No lado interno, o Ibovespa é influenciado pela maior inflação para março desde 1994. Nesta segunda-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu que a inflação brasileira está muito alta, assim como os núcleos. “Temos comunicado com a maior transparência possível o nosso processo de enfrentamento a essa inflação mais alta e persistente”, disse em videoconferência organizada pela Arko e Traders Club (TC).

Campos Neto argumentou que parte da surpresa do IPCA tem a ver com impacto mais rápido de combustíveis. “Teve também outros elementos como vestuário e alimentação fora do domicílio que vieram com surpresa grande. Estamos analisando surpresa no IPCA e vendo se muda algo na tendência. Essa surpresa também se fez presente em vários outros países”, afirmou. (Com AE)

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