Itália reabre economia com plano de R$ 1,5 trilhão
Bares, restaurantes, cinemas e museus reabrem e governo anuncia investimentos para recuperar economia
26/04/2021A Itália reabre nesta segunda-feira, 26, bares, restaurantes, cinemas, museus e salas de concertos, e o governo apresenta um colossal plano de 222,1 bilhões de euros (1,46 trilhão de reais) para estimular a economia, financiado em sua maior parte pela União Europeia.
Depois de meses de restrições, e com uma média de 300 a 500 mortes por dia, a Itália espera reabrir a economia e voltar à vida normal de forma irreversível.
A reabertura de quase 140 mil estabelecimentos comerciais na maioria das 20 regiões italianas permite abertura de cafeterias e restaurantes para almoço e jantar, mas apenas nas áreas ao ar livre e até o início do toque de recolher estabelecido para as 22h.
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O toque de recolher às 22h, que pode ser prolongado durante os meses mais quentes de julho e agosto, e é uma das medidas que mais provoca reclamações.
O governo respeita o conselho dos especialistas e cientistas para evitar os deslocamentos noturnos e o aumento dos contágios, hospitalizações e mortes.
Fechadas há seis meses, as salas de cinema aproveitaram a oportunidade. O cinema Beltradde de Milão abriu as portas às 6H00 para uma sessão inédita, para 82 pessoas.
A Itália, com uma população de 60 milhões de habitantes, está administrando quase 350.000 doses de vacinas por dia, mas com fortes disparidades entre as regiões.
Paralelamente, a terceira maior economia da zona do euro, que perdeu no ano passado um milhão de postos de trabalho e registrou queda do PIB de 8,9%, será submetida a uma verdadeira terapia de choque graças aos fundos para a recuperação econômica destinados pela UE.
País recebe maior fatia de fundo europeu
A Itália vai receber a maior parte do fundo europeu, 191,5 bilhões de euros (o equivalente a cerca de 1,26 trilhão de reais) em subsídios e empréstimos e planeja usar recursos nacionais de mais de 30 bilhões de euros (197,361 bilhão de reais) para um total de 222,1 bilhões de euros (268,6 bilhões de dólares).
Para obter o dinheiro inesperado, o governo teve que elaborar um plano de gastos detalhado, que será apresentado nesta segunda-feira ao Parlamento e enviado antes de sexta-feira à União Europeia.
Entre as prioridades estão a reforma de boa parte das infraestruturas, uma verdadeira modernização do país, que inclui a renovação e construção de novas ferrovias, estradas e portos.
Outro ponto importante será a transição ecológica, projetos de energia com hidrogênio e fontes renováveis, assim como a digitalização do país.
Para reduzir a brecha entre o norte desenvolvido e o sul pobre da península, entre homens e mulheres, entre gerações, a Itália preparou um plano colossal, que representa um desafio para um país que não cresce há vários anos. (Com AE)