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Juros futuros sobem com indicação de ciclo maior de aperto

Juros futuros subiram após a divulgação da Ata do Copom com referência a 'ajustes adicionais' na taxa básica de juros nas próximas reuniões

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Juros reagiram em alta aos termos da Ata do Copom sobre a política monetária | Foto: Getty Images

Os juros futuros começaram a sessão desta terça-feira em alta em toda a curva, especialmente os curtos, que abriram com avanço de 13 pontos em reação ao tom mais dura (“hawkish”) da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Um dos pontos destacados foi o fato de o documento falar de “ajustes adicionais em ritmo menor nas próximas reuniões”. “Ao colocar o termo ‘ajustes adicionais’ no plural, o Copom é bastante claro ao indicar que o ciclo de aperto das condições monetárias se estenderá além da reunião de março, conforme prevíamos anteriormente”, afirma em relatório a Renascença DTVM. Mais cedo, os juros longos tinham viés de alta, mas estavam quase estáveis, enquanto o dólar também tem alta moderada ante o real.

Saiba mais

Às 9h12 desta terça, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 subia para 12,055%, de 11,956% no ajuste de segunda-feira. O DI para janeiro de 2025 marcava 11,03%, de 10,97%, e o para janeiro de 2027 estava em 11,13%, de 11,11% no ajuste anterior.

Copom fala em ajustes adicionais dos juros nas próximas reuniões

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reforçou, na ata de seu último encontro, que considera mais apropriada a estratégia em relação à taxa Selic de “ajustes adicionais em ritmo menor nas próximas reuniões”, depois da alta de 1,50 ponto porcentual, a 10,75%, na última semana.

“Concluiu-se que um novo ajuste de 1,50 ponto porcentual, seguido de ajustes adicionais em ritmo menor nas próximas reuniões, é a estratégia mais adequada para atingir aperto monetário suficiente e garantir a convergência da inflação ao longo do horizonte relevante, assim como a ancoragem das expectativas de prazos mais longos”, disse o Copom, em ata divulgada nesta terça-feira.

O comitê ainda informou que preferiu não indicar a magnitude dos próximos passos devido à incerteza “particularmente elevada” sobre os preços de importantes ativos e commodities e ao estágio do ciclo. O Copom já elevou a taxa Selic por oito vezes consecutivas desde o início do aperto monetário, em março de 2021, acumulando alta de 8,75 pontos porcentuais, o ajuste mais forte desde 1999.

Incerteza elevada

“Finalmente, a incerteza particularmente elevada sobre preços de importantes ativos e commodities, assim como o estágio do ciclo, fez o Comitê considerar mais adequado, neste momento, não sinalizar a magnitude dos seus próximos ajustes.”

O Copom reafirmou, por meio da ata, a intenção de reduzir o ritmo de alta da Selic (a taxa básica de juros) na próxima reunião, em março. A intenção de tirar o pé do acelerador ocorre mesmo diante de uma inflação que não para de surpreender, e pode ficar fora da meta pelo 2º ano seguido, de recorrentes preocupações fiscais e de um ambiente externo mais negativo para emergentes.

“Em relação aos seus próximos passos, o Comitê antevê como mais adequada, neste momento, a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros. Essa sinalização reflete o estágio do ciclo de aperto, cujos efeitos cumulativos se manifestarão ao longo do horizonte relevante”, disse o colegiado na ata. (AE)

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