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Mercado de capitais movimenta valor recorde impulsionado por renda fixa

Segmento respondeu por 85% das captações, que alcançaram R$ 105,2 bilhões no 1º trimestre. Debêntures foram destaque

Interior da B3, a bolsa de valores brasileira, onde as captações no mercado de capitais acontecem e que renderam mais no 1º trimestre com renda fixa

Valor movimentado com apoio da renda fixa supera os R$ 102,8 bilhões captados no mesmo período de 2021, marcando novo recorde no mercado brasileiro | Foto: Divulgação/B3

As ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) secaram no primeiro trimestre, e não houve estreias na B3 (B3SA3) no período, mas muitas empresas resolveram lançar títulos de renda fixa no mercado de capitais.

Com isso, o volume total de captações no Brasil no primeiro trimestre de 2022 chegou a R$ 105,2 bilhões. O valor supera os R$ 102,8 bilhões captados no mesmo período de 2021 e é novo recorde histórico.

Saiba mais

Os dados são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Desse total, a renda fixa respondeu por 85%, com captações no mercado somando R$ 89,1 bilhões de janeiro a março, o melhor primeiro trimestre para a categoria desde 2012.

O número de operações pode ainda aumentar em R$ 19,7 bilhões, por conta de ofertas que estão em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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Debêntures lideraram produtos de renda fixa no mercado

O carro-chefe no primeiro trimestre foi a emissão de debêntures, com R$ 55,9 bilhões, quase o dobro do mesmo período do ano passado e um recorde para esse tipo de ativo.

Nas debêntures, a Anbima destaca algumas grandes operações no período, como a Claro, que captou R$ 4,3 bilhões, a da Equatorial Energia (R$ 4 bilhões) e a da Iguá RJ (R$ 4 bilhões).

Os principais destinos dos recursos captados via debêntures foram capital de giro (34,2%) e refinanciamento de passivo (24,2%).

Uma tendência observada no primeiro período do ano foi que os bancos coordenadores das operações e demais participantes reduziram o percentual do papel que colocam em suas carteiras.

Com isso, essa fatia caiu de 62,9% para 51,6%. Já os fundos de investimento mostraram-se mais interessados nas debêntures, elevando sua participação de 24,7% para 36,6%, segundo a Anbima.

Influência externa

O vice-presidente da Anbima, José Eduardo Laloni, ressalta em nota a imprensa que o cenário internacional teve um papel importante no resultado da renda fixa no primeiro trimestre.

Com a perspectiva de alta de juros nos Estados Unidos, a guerra da Ucrânia e o real mais fortalecido, ficou desfavorável captar no exterior, o que fez empresas procurarem tomar recursos no mercado doméstico, sobretudo via debêntures. (AE)

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