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Mercado financeiro começa o ano prevendo crescimento do PIB de menos de 1%

Mediana das estimativas do mercado para a expansão do PIB em 2023 subiu marginalmente de 0,75% há um mês para 0,80% no boletim Focus do Banco Central

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Para 2024, o Relatório Focus também mostrou estabilidade na perspectiva de crescimento do PIB em 1,50% | Foto: Getty Images

O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 2, pelo Banco Central (BC) mostrou que o mercado financeiro começa 2023 prevendo relativa estabilidade no cenário de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A mediana para a alta do PIB em 2022 continuou em 3,04%, contra 3,05% há um mês, enquanto a estimativa para a expansão do PIB em 2023 subiu marginalmente de 0,79% para 0,80% ante 0,75% um mês antes.

Considerando apenas as 22 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2022 passou de 3,05% para 3,00%. No caso de 2023, a variação da mediana foi de 0,78% para 0,79%. Para 2024, o Relatório Focus também mostrou estabilidade na perspectiva de crescimento do PIB em 1,5%.

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Para 2025, a mediana das estimativas cedeu levemente, de 1,90% para 1,89%. Quatro semanas atrás, as taxas eram de 1,71% e 2,00%, nessa ordem.

O mercado financeiro continuou a piorar o cenário para o resultado primário deste ano diante de preocupações com a postura fiscal do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a lei orçamentária aprovada, o déficit primário previsto para 2023 é de R$ 231,5 bilhões.

No Relatório de Mercado Focus, a projeção deficitária passou de 1,17% para 1,20% do PIB, de 0,90% quatro semanas antes. Para 2022, a estimativa para o superávit primário continuou em 1,20% do PIB – há um mês, a mediana era de 1,29% do PIB.

Em relação ao resultado nominal, a mediana deficitária permaneceu em 5,20% do PIB para 2022 e 8,60% do PIB para 2023. Há um mês, as medianas eram negativas em 5,51% e 8,52% do PIB, nessa ordem.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Em relação ao indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2022, a mediana também continuou em 57,50%, contra 57,70% um mês atrás. Para 2023, a estimativa para a dívida líquida em relação ao PIB arrefeceu de 62,00% para 61,95% do PIB, de 61,50% há um mês.

Estimativas para a inflação

O cenário para a inflação neste e nos próximos anos continuou a se deteriorar no Boletim Focus diante das sinalizações do novo governo de expansão fiscal durante o mandato. A projeção para o IPCA – índice de inflação oficial – de 2023 saltou de 5,23% para 5,31%, contra 5,08% há um mês. Para 2024, horizonte que fica cada vez mais relevante para a estratégia de convergência à inflação do Banco Central (BC), a mediana também voltou a subir, de 3,60% para 3,65%, de 3,50% há quatro semanas.

A projeção para o IPCA de 2025 avançou pela quarta semana seguida, agora de 3,20% para 3,25%, de 3,00% quatro semanas antes.

No caso de 2022, por sua vez, a estimativa para a alta do IPCA voltou a arrefecer, de 5,64% para 5,62%, de 5,92% há um mês. Considerando somente as 35 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2022 passou de 5,61% para 5,64%. Para 2023, subiu de 5,24% para 5,45%, considerando 35 atualizações no período.

As medianas na Focus para a inflação oficial em 2022 e 2023 estão bem acima do teto da meta referentes a esses horizontes (de 5,0% e 4,75%, nessa ordem), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central. Para 2024 e 2025, os números indicados pelo Boletim Focus já estão acima do centro da meta de 3,00% (margem de 1,50% a 4,50%).

Atualmente, o foco da política monetária está nos anos de 2023 e de 2024. Mas o BC tem dado ênfase ao horizonte de seis trimestres à frente, atualmente o segundo trimestre de 2024.

No Copom de dezembro, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 6,0% em 2022, 5,0% em 2023 e 3,0% para 2024. O colegiado manteve a Selic em 13,75% ao ano pela terceira vez seguida. (AE)

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