Mercado financeiro revisa para cima as projeções de inflação e juros

O mercado financeiro iniciou uma nova rodada de revisões para cima da inflação para o ano após a divulgação do IPCA de outubro acima das estimativas.

As revisões também já elevam as previsões para 2022, que já se aproximam do teto de 5% da meta do ano que vem.

Também já há revisões para cima da taxa básica de juros, que na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central subiu de 6,25% para 7,75% ao ano.

O IPCA de outubro acelerou para 1,25% em outubro, segundo o IBGE. Atualmente a inflação em 12 meses acumula alta de 10,67%.

Inflação e juros sobem nas projeções do mercado financeiro após IPCA acima do esperado

A Folha de S. Paulo cita algumas das instituições que reviram suas projeções para os juros e o PIB em 2021 e 2022:

O Bank of America elevou a projeção de inflação anual de 9,1% para 10,1%, considerando a expectativa de que os próximos índices mensais sejam de 0,95% em novembro e 0,75% em dezembro. A instituição manteve a sua previsão de 5% para o final de 2022.

O Citi aumentou sua estimativa para o IPCA deste ano de 9,5% para 10,4%. Também disse enxergar riscos de alta de suas projeções de 2022 para o IPCA, atualmente em 4,3%, e para a taxa básica de juros, estimada em 11%, segundo a agência Reuters.

A Nova Futura também ampliou sua expectativa de alta nos preços ao final de 2021 para a casa dos dois dígitos, passando de 9,4% para 10,1%. Para os próximos dois meses, os índices esperados são de 0,94% e 0,77%, respectivamente. O escritório ainda subiu de 4,5% para 4,8% a sua estimativa para o ano que vem.

O Banco Alfa revisou a projeção para 2021 de 9,3% para 9,7%, e a de 2022 de 4,6% para 4,7%. O banco já prevê juros de 10,75% ao ano em 2022.

A Ativa Investimentos elevou a previsão do IPCA de 9,1% para 9,4% em 2021, e de 3,9% para 4,4% em 2022. E reduziu o PIB de 2022 de 0,9% para 0,5%.

A Valor Investimentos reviu o IPCA 2021 de 9,30% para 9,54%. Para 2022, a projeção passou de 5,55% para 5,63%.

Em entrevista à Folha, o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, afirma que a inflação deve perder força nos próximos meses, em um ambiente no qual ele prevê que as contas públicas seguirão sob controle, e com a reabertura plena permitida pelo avanço da vacinação impulsionando o consumo de maneira apenas moderada frente aos juros mais altos. O banco elevou a previsão da taxa Selic para 10,25% no final de 2022, ante 8,5% no mês passado, com a projeção para a inflação passando no intervalo de 3,8% para 4,5%.