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Ícone da televisão brasileira, Milton Gonçalves morre aos 88 anos

Intérprete de personagens marcantes da teledramaturgia brasileira, Milton Gonçalves deixa os filhos Alda, Maurício e Catarina

Milton Goncalves

O último papel de Milton Gonçalves na televisão foi um Papai Noel negro no especial ‘Juntos a Magia Acontece’, que foi ao ar no fim de 2019 | Foto: Estadão Conteúdo

Um dos grandes nomes da dramaturgia brasileira, o ator Milton Gonçalves morreu aos 88 anos nesta segunda-feira, em decorrência de um AVC sofrido em 2020. Ele morreu em casa por volta do meio dia e será velado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Nascido em 9 de dezembro de 1933 em Monte Santo, Minas Gerais, ele se mudou para São Paulo ainda na infância. Foi alfaiate, gráfico e aprendiz de sapateiro. Com 24 anos, depois de atuar em peças amadoras, estreou no Teatro de Arena a convite do diretor e dramaturgo Augusto Boal (1931-2009), que o escolheu para o elenco da peça Ratos e Homens. Ao se radicar no Rio de Janeiro, Milton fez episódios do Grande Teatro Tupi, na TV Tupi, programa que adaptava para a televisão peças teatrais.

Em 1965, Milton foi um dos primeiros atores contratados para integrar o elenco da TV Globo, da qual nunca mais sairia. Naquele ano, ele participou de quatro novelas do canal. Na sequência, fez os humorísticos TV0-TV1 (1966) e Balança Mas Não Cai (1968).

Milton Gonçalves dirigiu a novela Irmãos Coragem e atuou em dezenas de novelas, filmes e peças teatrais

A convite de Daniel Filho, Milton dirigiu novelas como Irmãos Coragem (1970) e alguns capítulos de Selva de Pedra (1972), dois clássicos de Janete Clair. Ao longo dos anos 1970, ele interpretou personagens marcantes como o Professor Leão, de Vila Sésamo (1972), e Zelão das Asas, de O Bem-Amado (1973). Milton também estava no elenco da primeira versão de Roque Santeiro (1975), no papel de Padre Honório, mas a trama foi proibida pela ditadura militar.

O ator participou de sucessos de audiência da TV como Baila Comigo (1981), de Manoel Carlos, Sinhá Moça (1986) de Benedito Ruy Barbosa, e A Favorita (2008), de João Emanuel Carneiro. Seu último papel na televisão foi ao viver um Papai Noel no especial Juntos a Magia Acontece, que foi ao ar no fim de 2019.

Milton se candidatou ao governo do Rio de Janeiro em 1994, pelo PMDB. Atualmente, estava na diretoria do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (Sated/RJ).

Em 2017, o ator chegou a ser nomeado presidente do Teatro Municipal do Rio, mas não assumiu o cargo. Milton era membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, órgão consultivo da Presidência da República, e o acúmulo da função de presidente do Municipal configuraria “conflito de interesse”. Milton deixa os filhos Alda, Maurício e Catarina. (Com AE)

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