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Nível dos reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste está abaixo de 30%

Subsistema que envolve as regiões responde por 70% da reserva energética do setor. Pode haver racionamento em 2022

Reservatório do sistema Cantareira, em São Paulo

Desde o início do mês, reservatórios das usinas de ambas as regiões mantinham níveis acima de 30% | Foto: Getty Images

O Operador Nacional do Sistema (ONS) informou nesta quinta-feira, 24, que os reservatórios das usinas hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste (SE/CO) estão no patamar de 29,8%.

Desde o início deste mês as usinas mantinham o nível de águas acima de 30%.

A falta de chuvas nos últimos dias tem amplificado a crise hídrica nas duas regiões, responsáveis por 70,1% da reserva energética do setor.

Em contraste, os reservatórios do Norte do Brasil estavam 83,3% cheios; do Sul, em 61,5%, e 59,8% do Nordeste (NE).

Na média, o Sistema Interligado Nacional (SIN) registrava 40,1% de armazenagem de energia nas hidrelétricas.

Alerta para os reservatórios das hidrelétricas

O principal subsistema hidrelétrico brasileiro, depois do SE/CO, é o do Nordeste, com 17,8% de representatividade.

Sem seguida, vêm o subsistema Sul, com 6,9% e o do Norte, com 5,2%.

Saiba mais

As informações são da cartilha sobre a situação hídrica do País publicada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

“Após um período úmido com poucas chuvas, estamos no início da estação seca e os reservatórios estão com níveis de armazenamento baixos, o que acende um sinal de alerta, visto que a água armazenada precisará ser utilizada tanto para a geração de energia quanto pelos demais setores usuários. Sendo assim, a expectativa é de redução dos níveis dos reservatórios até novembro, quando se espera o início do próximo período úmido”, explica a EPE na Cartilha.

Possível racionamento em 2022

Para especialistas, o problema deve se agravar até novembro, quando recomeça o período chuvoso.

No entanto, se as chuvas ficarem abaixo da média histórica, como vem acontecendo nos últimos sete anos, será difícil de escapar de um racionamento em 2022, ano de eleições presidenciais.

As contribuições de energia de grandes hidrelétricas do Norte do País, como Belo Monte, Santo Antônio e Jirau, que são a fio d’água, aos poucos também, vão deixar de existir com a falta de chuvas.

Isso deve agravar ainda mais a situação dos reservatórios das hidrelétricas e exigir o acionamento de mais térmicas para garantir o abastecimento.

No primeiro trimestre, por exemplo, Belo Monte chegou a gerar sua capacidade máxima de 11 mil megawatts-hora, ou cerca de 15% da geração total do País, ajudando o sistema, o que não se repete durante o período seco (abril a novembro). (AE)

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