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O que muda na BRF sob a nova direção

Na avaliação do Safra, mudança é positiva, pois as empresas precisam de uma maior integração para obter sinergias e eficiências

BRF

A BRF (BRFS3) é uma das maiores produtoras do mundo de proteína animal em capacidade produtiva, com um portfólio de mais de sete mil itens | Foto: Getty Images

A mudança de liderança deve ser positiva para a BRF (BRFS3) e neutra para a Marfrig (efeito indireto positivo através da BRF), segundo avaliação do Banco Safra. A BRF acaba de anunciar que seu presidente Lourival Luz renunciou e será substituído pelo Sr. Miguel Gularte, atual presidente da Marfrig. Rui Mendonça (atualmente Diretor de Produtos Industrializados da divisão América do Sul) substituirá o Sr. Gularte na presidência da Marfrig.

Para o Banco Safra, a mudança vem em boa hora para a BRF, pois a Marfrig assumiu recentemente o controle da companhia e começou a implementar mudanças na liderança, a partir do Conselho de Administração em março. Com essa mudança na alta direção, a Marfrig dá mais um passo na implementação de sua marca na estratégia e na execução da BRF.

Na avaliação do Safra, isso é positivo, pois as empresas precisam de uma maior integração para obter sinergias e eficiências (mesmo em um cenário de não fusão) e porque a BRF pode se beneficiar significativamente de uma nova liderança em meio ao seu processo de turnaround.

Quanto à Marfrig, o Safra não vê risco com a mudança de liderança, pois o Mendonça tem um histórico sólido no setor e está na Marfrig há muitos anos. O Safra tem recomendações de Compra para BRF e Marfrig.

Em relação ao currículo de Miguel Gularte, ele é CEO da Marfrig desde 2018, quando ingressou na empresa. Ele é formado em veterinária e trabalhou na indústria de carne bovina por quase 40 anos, tendo trabalhado anteriormente na Cicade, como CEO do frigorífico uruguaio PUL, como Vice-Presidente Internacional da Minerva Foods e CEO da JBS Mercosul.

Rui Mendonça é formado em engenharia e MBA em Gestão de Agronegócios, tendo atuado no setor por mais de 40 anos em diferentes áreas como operacional, produtiva e financeira.

Ele também tem uma experiência internacional ocupando cargos na Austrália e nos EUA. Está na Marfrig desde 2007 como Diretor de Produtos Industrializados da América do Sul.

BRF no segundo trimestre de 2022

A BRF (BRFS3) reportou crescimento de 11,2% da Receita Líquida no segundo trimestre, em comparação ao mesmo período de 2021 e de 7,5% em relação ao primeiro trimestre de 2022. O EBITDA ajustado foi de R$ 1,37 bilhão, 7,7% superior ao segundo trimestre de 2021 e 1,2 bilhão superior ao primeiro trimestre de 2022

Para a Safra Corretora, os resultados foram mistos, com receitas e margens melhores do que o esperado e lucros abaixo do esperado em um trimestre cheio de ajustes.

A BRF apresentou resultados operacionais melhores do que o esperado, impulsionados por um sólido desempenho de vendas e um leve aumento de margem, embora as despesas financeiras mais altas tenham afetado o resultado final.

Os resultados foram bastante poluídos com os impactos de uma dívida classificada como hedge account e hiperinflação na Turquia (ambas consideradas não recorrentes), mas as operações parecem estar voltando aos trilhos principalmente no Brasil, que foi severamente atingido por ajustes de produção e cadeia de suprimentos no primeiro trimestre.

O Safra tem rating de Compra para BRFS3, pois espera melhorias contínuas e graduais de margem à medida que a pressão de custo atual deve diminuir, embora o endividamento atual e a deterioração sequencial observadas no segundo trimestre de 2022 sejam um ponto de atenção.

Vale a pena investir em BRFS3?

  • Perspectivas positivas para as margens nos preços de frango e porco em 2022;
  • Preços mais acessíveis podem estimular o consumo de carne suína e de frango em relação à carne bovina, diante da elevada inflação no mundo;
  • Alta chance de safras mais favoráveis beneficiarem as margens;
  • Atual estágio do ciclo da proteína aponta um ponto de compra favorável para ações da BRF;
  • Empresa vem apresentando mais estabilidade na gestão e implementação da estratégia;
  • Plano 2030 da companhia indica uma margem sustentável e melhoria de ROIC, um desafio no segmento de frigoríficos; e
  • Eventual movimento estratégico com a Marfrig, maior acionista da BRF, não está descartado no futuro.

Quais os principais riscos de BRFS3?

  • Volatilidade nos preços de grãos e carnes, bem como nas nas taxas de câmbio;
  • Competição;
  • Barreiras sanitárias e comerciais;
  • Surtos de doenças; e
  • Alta alavancagem financeira.

Sobre a BRF (BRFS3)

A BRF (BRFS3) é uma das maiores produtoras do mundo de proteína animal em capacidade produtiva, com um portfólio de mais de sete mil itens, oferecendo carnes in-natura, alimentos processados, massas, vegetais congelados e produtos de soja.

Em dezembro de 2020, a BRF contava com 34 unidades industriais, com mais de 547 mil entregas mensais. A empresa também possui 22 centros de distribuição e 28 pontos de transbordo para garantir a pontualidade na entrega do varejo, atacado, restaurantes e demais clientes.

No mercado internacional, a Sadia possui forte posição de liderança com mais de 41 escritórios fora do Brasil, oferecendo seus produtos para mais de 117 países nos cinco continentes, sendo uma unidade industrial em Abu Dhabi, uma na Arábia Saudita, duas na Romênia e três em Turquia.

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